Eu uma adolescente de 16 anos, nasci e fui criada até então em Uberlândia umas das maiores cidades do interior mineiro. Meu pai Antonio, é um médico veterinário que trabalha para uma grande empresa de gado de corte, ele passa a semana na fazenda onde ficam os animais e de final de semana volta para casa, desde que nasci meus pais mantêm essa rotina, mais apesar de sentir muito a falta de te em casa, já estou acostumada com isso. Minha mãe é formada em administração e se tornou bancária, ela tenta passar o máximo de tempo que pode comigo, pois como sou filha única de alguma forma me senti sempre muito sozinha, minha mãe sempre foi minha grande confidente, todos os meus casos, problemas, dúvidas e aflições sempre pude contar com ela.
Em fevereiro inciei meu segundo ano do ensino médio, sempre tive boas notas, pois por mais estranho que posso parecer eu sempre gostei de estudar, não sei o porque mais me animava saber mais e mais informações. Estudo no mesmo colégio desde o maternal, sendo que posso dizer que até as arvores da escola me conhecem, nunca fui a popular da escola e muito menos a impopular, posso dizer que me localizo nos clã do meio onde não se é um nem o outro, isso foi uma coisa da qual nunca dei importância, afinal como um rótulo pode definir minha vida e personalidade. Nunca fui uma pessoas com milhões de amigos, posso dizer que tenho muitos colegas, mais amigos não, são apenas quatro dos quais posso confiar a minha vida, assim como eles também podem confiar a deles a mim. De um tempos para cá venho tendo alguns pensamentos que talvez eu não seja uma garota normal, minhas amigas Raquel e Luiza a pouco tempo começaram a namorar, o que fez com que nos afastássemos fazendo com que eu ficasse mais próxima do Marcus e Daniel, o que não era um grande problema já que me garantiam boas risadas, para algumas meninas, assim como para minhas amigas incomoda o fato de eu estar sozinha e o que as incomoda e preocupa mais ainda é eu não ligar para isso, mais sempre pensei e tive como objetivo em minha vida que os meus momentos marcantes teriam que ser especiais e com pessoas especiais, para que a lembrança me fizesse sentir como naquele dia, hora, minuto ou segundo.
Em uma quarta-feira como outra qualquer ao chegar da aula e entrar em casa me deparo com meu pai e minha mãe sentados na sala de jantar, por alguns minutos me assustei pois o que meu pai estaria fazendo em casa, no meio da semana e a essa hora da tarde. Logo que entrei fui até eles e dei um beijo e um abraço e amis do que rápido perguntei se estava tudo bem, meu pai sorriu e disse – está sim, tudo ótimo, e vai melhorar ainda mais....
Eu sorri olhei para minha mãe, ela estava com um rosto apreensivo, ela olhou para o meu pai e disse – vamos, não vai contar...
Eu fiquei olhando para os dois sem entender muito bem, meu pai deu um suspiro acompanhado de um sorriso no rosto e disse – vamos nos mudar...
Eu arregalei meus olhos e mais do que depressa respondi – nos mudar, como assim...nos mudar de casa né..só pode ser ...
Ele me olhou e respondeu – não só de casa, de cidade também, semana que vem iremos para Abre Campo...
Eu não conseguia entender como ele podia me dar aquela noticia sorrindo afinal toda a nossa vida estava nessa cidade, minha vida, amigos...tudo estava aqui, eu fiquei calada com um ar de espanto e ele continuou a dizer – vou ser responsável pela fazenda de lá agora, o que vai ser ótimo, pois como será perto de casa não vou mais precisar viajar!
De certa forma eu entendia a felicidade do meu pai de estar ter a oportunidade de estar mais perto de nós, mais eu era uma adolescente, e por mais que talvez fosse diferente das outras eu também era egoísta e não queria abrir mão, da minha vida. Eu somente me virei e fui em direção ao meu quarto somente ouvi minha mãe dizer – Viu...eu lhe avisei que ela não ia gostar, deveríamos ter conversado antes.
Subi o mais rápido que pude e me tranquei no meu quarto, eu não queria de forma alguma deixar minha cidade, colegas, amigos, escola e tudo mais, mais eu não teria alternativa, o que eu poderia fazer, que atitude eu tomaria, uma birra talvez, ficar emburrada, de bico, com certeza não funcionária, isso não havia funcionado nem com questões menores e com isso não seria diferente. Resolvi ligar para a Raquel para desabafar mais ela estava tão ocupada contando a carta que o Otavio seu namorado havia escrito que nem se deu ao trabalho de me perguntar o que havia ocorrido, além dos meus problemas ainda tinha que ouvir uma carta melosa e quem nem era tão bem escrita assim, dei uma desculpa qualquer e desliguei o telefone, fiquei ali sozinha com meus pensamentos, acabei adormecendo, acordei com meu pai batendo na porta do quarto, olhei para a janela aberta já havia escurecido, me levantei abri a porta ele me olhou e disse – Você está bem?
Eu respondi positivamente com a cabeça, e ele continou –acho que precisamos conversar! Eu abria porta dando espaço para que ele entrasse, ele entrou se sentou na minha cama e ficou ali por horas explicando tudo, o porque nos mudaríamos, o porque ele aceitou entre outras coisas. Eu não tinha alternativa a não ser aceitar aquilo de bom grado e ficar feliz por meu pai estar feliz, eu ainda poderia ficar emburrada e chateada achando que a viada foi injusta comigo, mais porque eu faria isso, seria uma perda de tempo tamanha afinal quem sabe o que poderia acontecer, seria uma nova vida, talvez com maiores emoções ou menores ainda das que quase eu já não tenho, mais mesmo assim seria nova, e cabia a mim a decisão de aproveita-la ou viver reclamando.
O dias foram se passando e já estava tudo pronto para a mudança, minha mãe já havia efetuado transferência da minha escola e pedido a demissão do seu emprego, a única coisa que ela sabia é que lá ela não voltaria trabalhar no banco, talvez abrisse algum negócio ou coisa parecida, mais nada decidido ainda. Um dia antes de eu ir embora meus amigos e eu fizemos um jantar de despedida, ao qual nos divertimos muito e que apesar das confusões, chatices e as vezes até brigas eu sentiria muito a falta deles, depois do jantar cheguei em casa com uma sensação esquisita, era um frio na barriga, o medo, a curiosidade de como tudo seria dali para frente, fui para o meu quarto em joguei na cama e adormeci, no dia seguinte acordamos muito cedo e partimos, chegamos a Abre Campo já era tarde, foi uma longa viajem, não deu para ver muito da cidade pois já estava escuro, mais deu para perceber o quando era pequena, quando meu pai parou em frente a casa logo meus olhos brilharam, era uma casa imensa com sacada, vários detalhes em madeira era linda, quando entramos foi outra surpresa, tinha um jardim magnífico e uma piscina enorme, eu não conseguia esconder o quanto fiquei surpresa e o quanto eu havia gostado, ele se aproximou de mim com um sorriso passou a mão em meu ombro e disse - gostou?
Eu o olhei e respondi – adorei!....Ele deu uma gargalhada e falou – eu sabia que ia gostar, agora vamos dormir que esta tarde! Subimos, meu quarto também era enorme, iria precisar de algumas reformas mais nada urgente, a primeira coisa que fiz foi ir a sacada, dava par ver grande parte da cidade nela, olhando para um dos lados pude perceber que minha janela dava para ver exatamente o quarto de um dos vizinhos, assim como do dele dava para ver o meu, eu sabia que era o dele pois o vi sentado na cama dedilhando um violão, fiquei ali um tempo o observando até que percebi que ele parou e olhou em minha direção, me cobri rapidamente com a cortina, fechei a porta da sacada e dei um suspiro pensando – é só o que me falta, deve estar pensando que eu sou louca! Fiquei rindo de mim mesma enquanto arrumava algumas coisas no meu quarto, depois de um pouco mais de organização tomei um banho e me deitei, no dia seguinte eu já tinha aula, mais não fui, fiquei em casa ajudando minha mãe, meu pai havia saído cedo para seu primeiro dia na nova fazenda e assim foi durante todo o dia, no final depois do jantar me deitei e dormi como uma pedra. Acordei com o meu pai afobado dizendo que já estávamos atrasados, me levantei correndo me arrumei o mais rápido que pude, nem deu tempo de tomar café, meu pai saiu como um louco me deixou na escola, pois apesar de ser perto era caminho. Entrei correndo como uma louca, com cadernos em uma mão e o papel com o número da sala em outra, sai andando rápido pelo corredor observando os números das salas, quando achei, nem pensei duas vezes, olhei o número olhei o papel e fui entrando, eu estava tão afobada e distraída que só fui perceber que ao mesmo tempo que eu entrava alguém saia quando deu uma trombada e meus cadernos foram todos para o chão, me abaixei rapidamente pedindo mil desculpas, percebi que a pessoa também se abaixou e disse rindo – calma, o professor esta atrasado hoje!
Eu olhei em direção ao dono da voz, e não pude deixar de notar, era um garoto moreno lindo, com os cabelos lisos e curtos arrumados de uma forma desarrumada, ele tinha um sorriso lindo e perfeito e um olhar baixo e expressivo. Eu fiquei sem graça e disse – me desculpa mesmo, eu tava distraída e com pressa..e.
Ele me interropeu e disse enquanto pegava meus cadernos – Imagina, não se preocupa, eu também tava distraído! Ele se levantou, eu também me levantei, ele me devolveu os cadernos e disse – Você é a aluna nova? Eu sorri sem graça e respondi – Sou sim...
Ele ficou mais um tempo me enchendo de perguntas até o professor aparecer na porta, ele me puxou e disse – Vem... senta aqui na minha frente! Eu me sentei e tentando organizar minhas coisas o professor veio se apresentou para mim e me apresentou ao restante da sala, eu fiquei roxa de vergonha, me sentei e fiquei quieta assistindo a aula sem ao menos me mover, no meu pensamento eu em sentia uma tonta tendo aquela reação, mais meu corpo não obedecia minha razão e foi assim durante toda a aula. Na hora do intervalo continuei escrevendo algumas coisas sobre a aula quando percebo o mesmo menino que eu esbarrei parado ao meu lado em olhando, eu me virei o olhei ele deu uma risada e disse estendendo a mão – Eu nem me apresentei né, prazer Leonardo! Eu ri apertei sua mão e lhe disse meu nome, ele sorriu e respondeu – Vamos para o intervalo, ou você pensa que eu vou te deixar ai sozinha! Eu sorri sem graça me levantei e fui com ele par ao pátio, lá ele me apresentou vários de seus amigos, todos muito receptivos e simpáticos, ficamos todos um tempo conversando, ou melhor todos me perguntando de onde eu era porque eu me mudei entre outras coisas! Com o final do intervalo voltamos para a classe, o Leonardo sempre falante, ao final das aulas a primeira pergunta dele foi – Você vai sozinha para casa? Enquanto eu juntava minhas coisas respondi – Vou sim, mais é pertinho daqui. Ele mais do que rápido retrucou – Bom então não vai mais! Eu dei uma risada e disse – Tudo bem, companhia é sempre bom....
Ele sorriu fomos para o portão, percebi que ele havia parado e disse – O que foi você não vai? E ele olhava em volta e dizia – Ah é que eu to esperando o Vitor, meu irmão, geralmente é ele que me espera, ele deve ter parado para fazer algo, é rapidinho ele já vem! Eu balancei a cabeça concordando com ele me viro olhando o movimento e vejo um garoto vindo rápido em nossa direção, a sensação que tive quando o vi foi estranha , pois de alguma forma me senti um pouco paralisada, ele era lindo, tinha os cabelos lisos um pouco mais compridos do que os do Léo e um pouco mais claros também , estavam ajeitado jogados de lado, tinha apele clara era lindo...lindo..
Ele parou em frente ao Léo pedindo desculpas pois estava na biblioteca, e deu um sorriso que fez com que a beleza que eu já havia visto se duplicasse. O Léo mais do que cavalheiro o olhou e o me apresentou, eu que já estava um pouco sem graça fiquei mais ainda quando ele me olhou nos olhos e disse- Prazer..Vitor..
Eu sorri a apertei sua mão, o que me aliviou um pouco foi ver que ele havia ficado tão sem graça quanto eu!
O Léo mais do que rápido disse- Todos apresentados então vamos! Saímos do colégio no caminho para casa o Léo, falava e falava e fala, eu e o Vitor estávamos calados somente rindo das palhaçadas que ele dizia.
Logo o Vitor tímido me olha e diz – Aonde você mora? Eu dei um sorriso e disse na próxima rua! Ele sorriu olhou para o Léo que disse com uma voz alegre – Jura, é você a nova vizinha então! Eu gargalhei e disse - Sou eu mesma!
Fomo subindo a rua enquanto ele dizia – Ah, eu o movimento da mudança ontem, mais não te vi! Eu respondi – É fiquei arrumando algumas coisas dentro de casa!
Logo eu já estava em frente ao meu portão, eles pararam ficaram me olhando esperando que eu entrasse, eu sorri agradeci pela companhia, quando esta entrando Vitor diz- Se você quiser mais tarde podemos dar uma volta, para você conhecer a cidade! Eu me virei, ele estava vermelho e sem graça , eu disse um pouco gaguejando – Claro..se...seria ótimo!
Ele abriu um sorriso maior e sua face já mesmo avermelhada disse – Então depois do almoço passamos aqui! Eu fiz um sinal positivo com a cabeça eles se viraram indo em direção a casa deles e eu entrei na minha.
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VICTOR E LEO

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