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...Que quando a gente se entrega por

inteiro é amor, o gosto de um beijo fica

pra sempre quando é amor..."

19 de março de 2012

Escrito por: Monique Figueiredo Neves

Desci até a cozinha, fui preparar a mamadeira da Mari. D. Joana já estava lá, preparando o café.
- Bom dia!
- Bom dia D. Joana. Essa bonequinha aqui acordou assustada hoje.
- Hummm. Será que vai querer ficar no colo o dia todo?
- Espero que não. Tenho muita coisa para aprontar. Essa semana ainda tenho que passar na faculdade para deixar algumas notas que faltaram.
- Entendi. Seu Vitor já levantou?
- Já sim.
- Então vou colocar a mesa, fiz aquele bolo que ele adora.
- Ah D. Joana! O que seria de mim sem a senhora hein?
Ela sorriu e saiu para a sala de jantar, a fim de aprontar a mesa do café. Eu fiquei ali entretida com a mamadeira da Mari, aproveitei e já preparei as da Fê e do Pedro, logo logo minhas espoletinhas estariam aprontando no quarto.
Depois que deixei o quarto o Victor ficou sentando pensando se iria ou não naquele médico. Ir era admitir que tinha problemas mas também não ir era um risco de não sair daquele estado letárgico em que se sentia. Não sabia o que tinha só tinha a certeza que não estava bem. Mas fora meu irmão que indicara. E desde que o Vinicius se envolvera com a Paula eles vinham se estranhando. Logo começou a ouvir um choro. Era Fernanda que acabara de acordar. Levantou-se e se obrigou a reagir mesmo que sua vontade era de ficar ali, trancando naquele quarto, longe de tudo e de todos. Abriu a porta do quarto e viu Fernanda tentando sair do berço enquanto que Pedro só acompanhava com seu olhão arregalado e curioso.
- Tá pensando que vai aonde hein mocinha?
- Papai, colo! Pediu toda manhosa esticando os bracinhos.
Ele a pegou deu-lhe um beijinho carinhoso e logo Pedro também se assanha para sair do berço. Depois de um pequeno malabarismo consegue tira-lo de lá. Deixa os dois no tapete do quarto com alguns de seus brinquedos e vai para o banheiro aprontar o banho deles.
Da cozinha ouvi o choro da pequena e já ia saindo com a Mari num braço e as mamadeiras no outro quando encontro com a Renata, chegando.
- Bom dia! Eu também ouvi. Pode deixar que levo e dou logo o banho destes dois. Hoje parece que vai ser um dia bem quente né!
- Bom dia Renata! É parece sim e te agradeço por que essa mocinha aqui tá toda manhosa hoje.
Logo que terminou de encher as banheiras Vitor voltou ao quarto para tirar a roupa das crianças e viu a porta se abrindo devagar. Respirou fundo, não queria mais brigas mas se surpreendeu em ver que não era eu a entrar e sim Renata.
- Bom dia Renata. Esses dois estão cada vez mais espertos.
- Bom dia Seu Vitor. É verdade. O que aprontaram logo cedo?
- Acredita que essa princesinha já tá querendo fugir do berço? Abri a porta do quarto e ela já estava com uma perninha do lado de fora. Se tivesse impulso ...
- Imagina o que não irá aprontar quando for adolescente então ?
- Não quero nem pensar, até lá terei poucos cabelos porque ela com certeza me arrancará os últimos. Você me ajuda com esses dois?
- Claro! Vamos lá.
Enquanto eles davam banho e a mamadeiras dos pequenos eu aproveitei que a Mari estava quietinha no meu colo e enquanto tomava a mamadeira dela tomei meu café com calma.
Depois de ajudar a Renata com os pequenos Vitor desceu para tomar seu café. Eu estava ali, enrolando mais que comendo. Discutir com ele logo cedo me tirou o apetite. Ele se sentou e me olhou de rabo de olho. Serviu-se do seu café com leite e um pedaço do bolo da D. Joana.
- A que horas é esse médico. Perguntou baixo.
- As 14hrs de quinta-feira. Você vai, não vai?
- Não sei ainda. Tenho que ver no escritório se tem alguma reunião.
- Vitor! É a sua vida, sua saúde que está em jogo. Respondi já um pouco alterada.
- Exatamente! É a MINHA vida, e eu é que decido o que vou fazer dela, entendeu? Respondeu rispidamente.
Calei-me novamente, discutir com ele não iria adiantar em nada. Com a sua teimosia era bem capaz de não ir só por birra.
Deixei a sala e subi com a Mari, o dia estava mesmo muito quente, resolvi dar-lhe um banho logo cedo e aproveitar para colocar minhas coisas em dia pois aquela manhã já não começara bem, como todas as últimas.

1 comentários:

Anônimo disse...

Ai que ótimo que a história foi retomada, parabéns Monique Neves, vc escreve muito bem!!!

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