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...Que quando a gente se entrega por

inteiro é amor, o gosto de um beijo fica

pra sempre quando é amor..."

18 de julho de 2011

Assim que cheguei a rua da Renata já fui procurando o número da sua casa, estacionei em frente olhando, suspirei tirando meu cinto, peguei minha bolsa e desci, tranquei o carro me aproximando do portão toquei campainha esperando alguém me atender.
Como o portão era fechado, ela não sabia quem era e jamais me esperaria ali, assim que ouviu a campainha pegou as chaves indo atender, logo que abriu o portão me olhou surpresa dizendo a senhora aqui!
Eu lhe olhei sem graça, suspirei dizendo baixo desculpa te incomodar Renata, mas precisamos conversar será que posso entrar? Prometo ser rápida e...
Ela me interrompeu, eu sei que a senhora está chateada e com razão pela situação, mas acho que já está tudo resolvido num está?
Claro que não Renata, claro que não, eu não posso ficar sem você, as crianças te adoram, eu gosto do seu trabalho, esse seu pedido de demissão eu não aceito!
Como não? Ontem quando eu pedir a senhora aceitava?
Eu olhei em volta suspirando, me dá cinco minutos só isso?
Entra...
Ela foi me dando passagem eu agradeci entrando, ela fechou o portão e pediu para que eu acompanhasse, abriu a porta da sala dizendo só não repara por é uma casa simples sem muitos luxos...
Imagina!
Eu e ela fomos entrando, ela apontou para o sofá pedindo que eu ficasse a vontade, eu coloquei minha bolsa de lado me sentando, ela se sentou em seguida me olhando atenta.
Eu respirei fundo pensando em tudo que eu precisava falar, ela continuava me olhando, eu suspirei dizendo Renata, eu sei que deve está chateada pela situação de ontem, eu reconheço também que não deveria ter falado com você daquela maneira, eu fiquei nervosa, apavorada quando eu vir meu pequeno caindo dentro daquela piscina e acabei falando mais do que eu deveria, você e a D. Joana com toda certeza já perceberam que eu estou passando por alguns problemas e a minha cabeça anda longe, eu jamais te demitiria, jamais!
Por isso que eu estou aqui para te pedir volta a trabalhar lá em casa, volta a cuidar dos meus pequenos por favor! Eu sei que você não teve culpa alguma, aquilo podia ter acontecido comigo, eu reconheço que errei pelo modo que tratei você, mas eu estou aqui pedindo exatamente pra você volta lá pra casa...
Mas senhora.... Ela ia me responder quando o telefone começou a tocar, ela olhou ele ao lado, me olhou completando só um segundo!
Ela se levantou atendendo o telefone, assim que reconheceu a voz, me olhou passando as mãos nos cabelos dizendo oi Sr Vitor...
Eu parei lhe olhando séria, ele já foi conversando com ela querendo saber o que havia acontecido e pedindo para que ela não deixasse o emprego, eu só fiquei ali observando, eles ficaram alguns bons minutos no telefone, assim que desligou me olhou, suspirando e dizendo acho que não tenho muita escolha...
Eu lhe olhei sem entende, como assim Renata?
o Sr Vitor me ligou exatamente para pedir que eu voltasse a trabalhar lá, eu vou ser sincera, eu não estou chateada pelas coisas que me falou, porque se fosse meu filho eu também teria reagido da mesma forma, mas o problema e comigo, comigo sabe, eu estou chateada pela situação isso nunca havia me acontecido e sinceramente, me desculpa, mas eu preciso de alguns dias para pensar, colocar minha cabeça em ordem, me desculpa...
Mas você promete ao menos pensar?
Prometo!
É eu posso esperar essa sua resposta ainda essa semana.
Pode! É mesmo que eu decida não volta eu não vou deixa-la na mão, hoje realmente eu não tinha condições de ir até a sua casa, mas... mas se caso eu optar pela demissão, eu fico alguns dias com ele até conseguir outra pessoa para ficar no meu lugar tudo bem?
Eu balancei a cabeça positivamente, não havia muito o que falar diante daquela situação, eu me levantei pegando a minha bolsa e agradecendo por ela ter me atendido e me ouvido, ela me acompanhou até a porta dizendo que ainda essa semana me procurava, assim que deixei sua casa seguir para minha, passando o resto da minha tarde com os meus pequenos...
A Paula, depois que chegou em casa, subiu para o seu quarto se jogando na cama pensativa, assim que a D. Marisa chegou já foi lhe procurando, abriu a porta acendendo a luz, lhe olhou ali deitada suspirando e dizendo irritada, mas um dia assim Paula? Até quando em minha filha? Até quando isso?
Ela levantou seu rosto suspirando, se sentou dizendo o que a senhora quer que eu faça? Eu não tenho vontade de mais nada mãe, nada! Eu perdi o amor da minha vida, já estourei em faltas na faculdade e pra completar vou ter que gastar tudo que eu tenho na poupança para pagar o concerto do carro que eu bati hoje...
Sua mãe respirou fundo, eu já soube da arte o seguro me ligou! Agora eu fico me perguntando até quando uma mulher linda, inteligente, saudável, cheia de vida vai continuar assim, se excluindo do mundo, das pessoas, fazendo da vida um nada, sabe minha filha eu ando cansada disso! Você diz que ama as pessoas, mas foge delas e foge de encarar a verdadeira realidade, o que você quer Paula? O que você quer para a sua vida? Você acha que ficando aqui chorando pelos cantos abandonando e se abandonando vai conseguir ter algo de volta hum?
O que a senhora quer dizer com isso mãe?
O que eu quero dizer Paula? O obvio quem quer corre atrás, luta, não fica aqui dando uma de coitada esperando a vida passar, acorda Paula, acorda!
A D. Marisa deixou o quarto dela seguindo o seu, a Paula ficou ali pensativa, acabou olhando para cima do seu guarda roupa, olhou a mala e logo veio um estalo em sua cabeça se levantou rápido pensando a mala, colocou sobre a cama abrindo, abriu seu guarda roupa separando algumas roupas, arrumou mala, necessaire e sua bolsa, assim que arrumou tudo, fechou as bolsas deixando ali sobre a cama mesmo, separou uma muda de roupa seguindo ao banheiro para tomar um banho e se arrumar, pegou o telefone ao lado pedindo um táxi, assim que fez isso, já foi deixando o seu quarto, desceu, a D. Marisa que estava na sala lhe olhou com a mala, a Paula lhe olhou dizendo eu preciso ir, eu tenho que ir mãe, eu, eu vou atrás do meu amor, da minha felicidade, eu vou, seja onde ele estiver eu vou atrás dele, eu vou mãe....
A D. Marisa acabou dando um sorriso pequeno, se levantou, aproximando dela, lhe deu um beijo na testa dizendo é melhor do que ficar aqui pelos cantos chorando, resolve de uma vez tudo isso filha, resolve, eu sei que dentro desse coração tem muito mais amor do que orgulho num é? Mostra isso para ele, mostra isso para os seus irmãos quando eles voltarem e mostra isso pra você mesma, vai atrás da sua felicidade vai... Boa sorte!
As duas se abraçaram, a Paula lhe deu um beijo agradecendo, sua mãe se afastou, você sabe onde ele está?
Não! Eu desconfio que ele tenha ido para São Paulo, ele sempre falava que se um dia saísse daqui era para lá que ele ia...
Mas São Paulo é enorme Paula, como vai encontrar ele assim?
Mãe eu dou um jeito o que eu não posso mais e ficar aqui assim...
Precisa de dinheiro?
Acho que o que eu tenho dá pra mim virar...
Precisa que eu te leve algum lugar? Como vai essa hora?
Não se preocupada D. Marisa, não se preocupada eu sei o que estou fazendo, agora, agora deixa eu ir...
Vai sim meu anjo, mas qualquer, qualquer coisa você me liga viu...
Pode deixar mãe é obrigada de novo viu...
Ela lhe deu mais um abraço, a Paula sorriu pegando sua mala, assim que foi deixando a casa já viu o táxi estacionado na frente do portão, a D. Marisa lhe acompanhou, o taxista desceu lhe ajudando com a Paula, ela se despediu da sua mãe novamente entrando no carro, já foi dizendo onde queria ir...
Ela acenou antes de sair, o motorista foi dando partida e seguindo o caminho...
Os pequenos havia acabado de jantar e os ajeitei na sala ligando o DVD com o desenho que eles gostavam, eu me ajeitei no sofá com a Mari no colo lhe fazendo carinho, fiquei ali com meus pensamentos longe e observando os três quietinhos.
Queria apesar de tudo ligar para o Vitor, conversar com ele, ouvir uma palavra que fosse de carinho, de atenção, como com certeza se eu ligasse ia ser apenas para brigar, era melhor deixa isso para lá mesmo, quem sabe quando ele voltasse.
A campainha tocou, eu olhei para a porta quem poderia ser?
A D. Joana já foi atendendo o interfone, se aproximou da sala me olhando, é a sua cunhada, vou abrir o portão!
É a Tati?
Não é a Paula irmã do Senhor Vitor!
A Paula aqui essa hora? Será que aconteceu algo?
Não sei melhor eu abrir logo então né...
Eu consentir, ela já foi pegando as chaves e indo abrir a portão, eu ajeitei a pequeninha na cadeirinha dela.
A Paula desceu do carro pedindo para que o taxista lhe esperasse pois ela voltaria rápido, assim que a D. Joana abriu o portão, ela já se aproximou lhe dando um sorriso minha cunhada está?
Está na sala com os pequenos, pode entrar, o táxi vai ficar lhe esperando?
Vai sim, eu não vou demorar nada é rápido!
Ela consentiu, a D. Joana só encostou o portão acompanhando a Paula, ela entrou na frente, eu me levantei lhe olhando e já dizendo algum problema com os carros que bateram hoje?
Ela se aproximou um tanto sem jeito dizendo não, ela olhou os pequenos deitado no sofá se aproximou dando um beijo em casa, se abaixou olhando a Mari deu um sorriso dizendo oh minha bonequinha como você anda crescendo rápido hein, e a boba da sua dinda perdendo tudo isso né? Mas eu juro minha bonequinha que assim que eu trouxer alguém de volta para pertinho de nós, eu não desgrudar de você, não vou mesmo viu...
Eu fiquei lhe olhando sem entende muito, acabei me sentando próximo aos pequenos, ela virou seu rosto me olhando, se sentou na mesinha de centro me olhando séria e dizendo eu nem sei o que deu com os carros, a minha mãe já está resolvendo isso, mas eu preciso resolver algo que é muito mais importante e só você pode me ajudar! Por isso que eu vim aqui, por isso que estou aqui e mesmo que você me diga um não, eu não vou desistir...
Eu lhe interrompi do que está falando Paula?
Ela se abaixou na minha frente já com os olhos úmidos, eu demorei muito para perceber isso, mas eu quero concertar tudo, eu, eu estou lá fora com um táxi me esperando, a minha mala dentro para ir para qualquer, qualquer lugar que for do mundo, eu só preciso que me diga onde está o meu amor, me diz onde está o Vinícius, eu preciso ir atrás dele, eu preciso tentar voltar, preciso tentar fazer ele me perdoá, me diz onde, onde ele está por favor! Não me nega isso, eu preciso! Eu não sou nada, ninguém sem o amor da minha vida, me diz onde ele está? Me dá o endereço dele por favor, por favor...
Ela já foi se deixando chorar, eu fiquei um pouco sem reação, as vezes eu queria mesmo que a Paula tomasse alguma atitude do que ficar agindo como uma coitada, mas também tinha medo de ajudá-la e depois ela fazer alguma bobagem maior do que as que já havia cometido...
Eu fiquei lhe olhando, ela suspirou passando a mão no rosto o secando, me olhou dizendo baixo eu estou aqui te implorando quase, me ajuda! Eu amo seu irmão, como nunca amei ninguém, eu não sou nada sem ele, nada, a minha vida não tem sentido nenhum sem ele, deixa eu ao menos tentar, uma ultima conversa, uma ultima vez se ele assim quiser, mas eu preciso ouvir da boca dele que ele não me ama mais, que me esqueceu, que meus erros fizeram ele esquecer, apagar tudo que ele dizia sentir por mim, se eu ouvir isso dá boca dele, eu desisto e deixo ele em paz, sigo minha minha vida, mas eu preciso ouvir dele, me ajuda hum?
Paula eu não posso fazer isso!
Como não?
Você deve ter o endereço dele, o telefone de onde ele está morando, só você e o Senhor Antônio deve ter, eu não quero ter que esperar até amanhã para isso não quero, eu quero ir agora, o táxi está aqui na frente me esperando, me passa o endereço, o telefone, um local mais próximo que ele possa está eu procuro, eu me viro, mas me dá alguma informação, seja ela qual for, me passa...
Eu passei a mão nos cabelos pensativa, ela parecia está sendo sincera e eu também sabia o quanto era querer está perto de quem se ama e não poder e pior de tudo sabia o quanto o Vini estava sofrendo com essa distancia...
Eu respirei fundo me levantando, passei por ela seguindo em direção as escadas, ela se virou olhando, eu subir, entrei no escritório anotando o endereço do apartamento e o telefone, desci em seguida, ela assim que me viu se aproximar foi se levantando, eu estendi a mão lhe entregando o papel, antes que ela pegasse eu lhe olhei dizendo séria, eu só espero não me arrepende do que estou fazendo Paula, eu só espero isso!
Pode ter certeza que não vai...
Eu consentir lhe entregando, ela pegou rápido sorrindo, me deu um abraço apertado, eu acabei sorrindo, ela também, me deu um beijo dizendo obrigada, obrigada!
Eu balancei a cabeça dizendo vai logo menina, vai atrás do seu amor vai...
Ela consentiu, se afastou dando beijos nos pequenos e a na pequeninha dizendo não esquece eu vou trazer o dindo para nós viu e vamos te mimar muito minha bonequinha, muito! Ela deu mais um beijinho nela, se aproximou pegando minha mão me deseja sorte?
Toda do mundo!
Obrigada!
Eu lhe acompanhei até o portão, ela já foi entrando no táxi, eu acenei olhando o carro se afastar, no fundo, no fundo minha vontade era esquecer todas as mágoas, as brigas com o Vitor e poder fazer isso, ir atrás dele, pode abraçá-lo, beijá-lo, sentir seu carinho, me sentir protegida, amada novamente...

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