Ele segurou meu braço- Não..eu!

Ele parou de falar dando um suspiro, eu o olhei- Olha Vitor minha cabeça ta doendo muito! Eu vou tomar um remédio me deitar e não sei..mais tarde nós conversamos, mais agora não!

Ele soltou meu braço abaixou o rosto- Eu tenho um show mais tarde, quando..quando eu voltar a gente pode conversar!

Eu só balancei a cabeça positivamente, deixei tudo ali, abri o armário pegando a caixa de remédios, peguei um remédio mais forte, tomei com o restante do suco que havia no meu copo, guardei novamente, me virei saindo, ele ficou apenas me olhando como se já quisesse falar tudo o que o afligia mais achou melhor esperar.

Eu entrei no quarto encostou a porta, me sentei na cama respirando fundo, deitei abraçando um dos travesseiros, como aquilo doia, eu ficava imaginando se cada vez que brigássemos ele iria ser mais duro.. grosseiro, falar coisas sem sentido, eu já tinha passado por cima de tanta coisa e ignorado tantas palavras mais eu tinha a sensação que aquilo não me descia mais, até quando eu ia me obrigar a ouvir o que eu não precisava por amor, eu me sentia uma nada quando ele fazia esse tipo de coisa, estava tentando fazer de tudo por nós dois, deixar o clima em casa cada vez mais ameno pensando em todas as dificuldades que ele estava passando, em como ele se sentia e derrepente ele estourava assim, por nada e pior, me ofendendo.

Eu respirei fundo queria que minha cabeça me desse uma pausa, mais era difícil, talvez eu estivesse cada vez mais adiando uma decisão que naquele momento me parecia ser a unica!

Deixei mais algumas lágrimas escorrerem do meu rosto, fechei meus olhos e acabei me deixando adormecer, o Vitor passou a tarde ali no sofá, pensando no que iria falar, como iria conseguir se desculpar depois de tudo aquilo, encostou seu rosto no sofá fechando os olhos sua cabeça estava a mil ficou ali se remoendo até tarde, depois de um bom tempo olhou seu relógio, se levantou, foi ao quarto abriu a porta devagar, me viu deitada passou com cuidado ao banheiro, tomou um banho rápido, saiu enrolado na toalha abriu o armário pegando a primeira roupa que viu na frente e saiu indo se vestir na sala, passou a mão no cabelo, olhou em volta não havia pego nenhum pente, voltou ao quarto em silencio, entrou no banheiro penteou o cabelo, terminou de ajeitar com a mão ficou seu olhando no espelho passou a mão de leve no rosto viu uma marca, respirou fundo, apagou a luz saindo, passou pela sala pegando seu violão assim que abriu a porta viu o Léo saindo do elevador- Poxa cara..to um tempão te esperando!

- Desculpa!

Ele só o olhou surpreso por não ter retrucado, o Vitor trancou a porta, os dois entraram no elevador o Léo o olhou- Tá tudo bem?
Ele respirou fundo levantando o rosto, o Léo o olhou assustado- O que você fez no rosto?
Ele passou a mão, o Léo continuou- Tá vermelho..arranhado!

- A gente brigo..e eu falei o que não devia...e ganhei o que merecia..só isso!

Léo suspirou- Foi feio assim! O que você falo!

Ele balanço a cabeça- Não vale a pena repetir Léo..deixa pra lá!

Léo levantou os ombros, era melhor deixar ele quieto mesmo, os dois sairiam indo ao carro, entraram indo para o bar que iriam tocar aquela noite.

Eu acabei dormindo tudo o que não havia descansado na noite anterior, despertei sozinha, já era tarde, minha cabeça estava melhor, coçei meus olhos, me sentei na cama por alguns instantes, logo me levantei fui a cozinha estava tudo apagado, peguei um copo de suco, voltei a sala me sentando fiquei ali quieta pensando em tudo, os meninos assim que tocaram, arrumaram tudo voltando para casa, o Vitor passou a noite mudo e pensativo, assim que chegaram desceram do carro, foram ao elevador, abriu no nossa andar o Vitor saiu deu um tchau baixo, o Léo só consentiu, tirou a chave do bolso abrindo a porta, eu virei meu rosto o olhando, estava tudo escuro, ele a trancou se virou rápido acendendo a luza da sala me viu sentada parou rápido- Oi...- respirou fundo- Achei..achei..que tava deitada ainda!

Eu balancei a cabeça coloquei o copo de suco sobre a mesa de centro - Não..acordei..e acho que agora a gente pode conversar!

Ele deu um suspiro se aproximou colocando o violão sobre o outro sofá- Se tiver com dor ..ou cansada ..

Eu o interrompi- Pra que adiar mais..né!

Ele ficou me olhando, eu me ajeitei no sofá, ele se aproximou colocou o copo de lado se sentando na minha frente, eu fechei meus olhos por alguns segundos ele respirou fundo- Amor..eu nem sei como começar...me perdoa eu..
Eu passei a mão no meu rosto que já secando uma lágrima..abri meus olhos e disse o interrompendo- Sabe...eu pensei bastante..e eu não sei se eu aguento mais ouvir me desculpa..eu tava irritado..ou então me perdoa..mais eu tenho ciumes..

Eu dei uma pausa segurando meu choro, ele segurou minha mão eu continuei- Eu to cansada, tá ficando cada vez pior..você..você não mede mais nada que fala pra mim, você perdeu o respeito Vitor..

Ele balançou a cabeça rápido - Não..não eu..

Eu pousei meu dedo nos seus lábios- Me deixa continuar...depois você fala...tá!

Ele respirou ofegante como se seu coração estivesse acelerado..eu continuei- Perdeu todo o respeito que tinha por mim..me tratou e falou comigo como se eu fosse uma qualquer..e não sua mulher! Eu ainda consigo ouvir cada palavra saindo da sua boca, e acho que a gente chegou em um ponto..que o melhor é cada um seguir sua vida!
Ele segurou minhas duas mãos forte- Não...amor..não fala isso..por favor..eu eu..

- Olha o que aconteceu ontem Vitor, e tudo aquilo por nada, ou porque eu não te contei que ele voltou...tanto faz..o que importa isso? o que vai mudar na nossa vida ? nada! Mais não..você não tem mais auto-controle nenhum..e não é a primeira vez que você fala tudo que vem na sua cabeça ..eu juro que tento passar por cima..mais ontem..ontem você foi longe demais! Falar que eu te trai, nunca! Eu nunca faria isso! Supor que eu tenha um amante..o que você pensa que eu sou?