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...Que quando a gente se entrega por

inteiro é amor, o gosto de um beijo fica

pra sempre quando é amor..."

13 de março de 2010

- Eu sei Vitor..e sei..ando passando pelas mesmas dificuldades que você, mais nós dois estamos a anos atrás disso e não é porque surgiu uma dificuldade assim que a gente vai deixar tudo!

Vitor deu um suspiro- Não é só uma dificuldade Léo...cara com o que eu to ganhando, acho que nem metade das contas aqui em casa da pra cobrir.... eu nem sei o que eu to esperando pra sair disso, ela me deixar...só se for!

O Léo balançou a cabeça- Vai melhorar!

- Não cara, você sabe o saldo minha conta? Ela ..ela vai passar a semana toda se matando, porque tenho certeza que se não for isso nem ir para Abre Campo nós iríamos...

- Você sabe que eu preciso de você, que se você desistir..

O Vitor o interrompeu- Eu sei..mais desculpa cara...

O Léo respirou fundo- Esse ano tá acabando, ai vem ano novo..aqui tudo abre nessas datas ..a gente vai conseguir alguma coisa...espera..espera!

Ele deu um suspiro- Tá! Mais já aviso Léo...se continuar assim..eu pulo fora disso, eu me realizo, em cantar, tocar e compor, mais eu tenho outra prioridade!

Léo só consentiu- Eu vim..mais pra dizer..que a Tati e eu estávamos calculando, e se formos em um carro só para Abre Campo vai sair mais barato do que comprar passagem essas coisas!

Vitor ficou lhe olhando ele continuou- Nós podemos sair sabádo bem cedo, e vamos chegar de noite, tudo bem que já é a vespera..mais ainda tem o domingo e tudo mais..!

O Vitor levantou os ombros- Por mim tudo bem!

O Léo consentiu - Tudo bem, depois a gente conversa então!

Vitor deu um suspiro, ele se levantou batendo em seu ombro- Não vamo desisti..não agora cara!

Vitor só bateu a mão no seu ombro balançando a cabeça positivamente, o Léo foi em direção a porta saindo, se despediram, logo o Vitor voltou com seus afazeres ficou ali até tarde da noite quando o sono bateu novamente juntou tudo indo se deitar, enquanto a mim tive um plantão tranquilo sem maiores emergências, assim que amanheceu, voltei a minha sala, sentei na cadeira fechando os olhos por alguns segundos, naquele momento me dei conta da pequena insanidade que estava cometendo, eu ainda tinha a manhã toda repleta de consultas e só ia poder dormir durante a tarde, isso a semana toda, eu soltei um riso - Seu eu conseguir ficar acordada durante o natal já esta bom!

Dei um suspiro, já organizei minhas coisas avisando a Marília secretaria que já iria começar a atender!

Com isso e um pouco de cansaço a manhã se passou, o Vitor acabou despertando sozinho, não era muito tarde, olhou o relógio se sentou na cama sonolento ouvi o silêncio na casa- ué..ela não chegou ainda!

Se levantou, olhou o banheiro confirmando, passou pela sala e cozinha, parou pensativo - não..não é possível!

Passou a mão no rosto um pouco preocupado, será que tinha acontecido alguma coisa, foi até a mesa do telefone, procurou na agenda o telefone do hospital assim que atenderam foi logo perguntando por mim, - A Drª. esta atendendo um paciente o senhor quer deixar algum recado?

Ele deu um suspiro- Não..não..depois eu retorno, obrigado!

Ele desligou o telefone balançando a cabeça- Até que hora ela vai ficar lá agora!

Saiu com uma expressão preocupada, foi ao quarto ajeitando tudo, separou sua roupa tomando um banho, logo pegou suas coisas para terminar alguns detalhes.

A manhã se passou, deu um pausa preparando algo para o almoço, deixou tudo dentro do forno para me esperar, voltou a mesa de jantar parou olhando em direção ao telefone, se ele ligasse ia me atrapalhar, mais ela ia ficar direto no hospital? não..não podia ser.

Eu como havia adiantado minha agenda sai um pouco antes do horário do almoço pelo menos teria mais tempo para descansar, sai indo para casa, assim que abri a porta já vi o Vitor vindo em minha direção- Poxa amor...tava pensando já que ia ficar direto no hospital!

Eu dei um suspiro, soltei um sorriso, me aproximei lhe dando um beijo- Bom dia meu lindo!

Ele balançou a cabeça sério- Tava até agora presa no plantão!

Eu me afastei deixando minha bolsa sobre o sofá- Não amor, achei que tinha lhe avisado, minha agenda da parte da manhã continua normal, eu to emendando junto com o plantão!

Ele deu um suspiro- Que isso, você vai conseguir ficar doente isso sim, vai fazer isso a semana toda?

Eu balancei a cabeça positivamente ele continuou- Não..você fazer seus plantões....tudo bem..mais...assim..não que isso você tá a muito mais de 12 horas naquele hospital!

Eu o olhei- Ah não amor...briga não Vih!

- Não é briga, eu sei da nossa situação..e de tudo..mais eu não quero que faça isso!

- Amor..

- Não..nada de amor....quando chegar o final de semana você nem vai se aguentar em pé!

- Imagina Vitor...

Ele me interrompeu novamente- Imagina nada..para com isso! Você quer que eu me sinta pior? Já tenho que ver você se desdobrando todo dia..e agora isso?

Eu balancei a cabeça- Não Vih..eu não vou entrar nessa discussão com você tá, vou tomar um banho, e deitar porque mais tarde eu tenho que voltar pro hospital..

Eu sai em direção ao quarto ele foi atrás de mim- E pior..vai continuar!

Eu fui tirando minha blusa- Vou..eu falei que ia fazer o plantão! Não posso simplesmente não ir Vih..e você tá exagerando..sabe disso!

Ele ficou me olhando sério, eu terminei de tirar minha roupa, peguei uma toalha limpa no armário me enrolando indo e direção ao banheiro, assim que entrei ele saiu um tanto nervoso, tomei um banho demorado, enrolei uma toalha no meu cabelo , me sequei, sai coloquei um pijama mesmo me jogando na cama, o Vitor estava na sala pensando quase inquieto, depois de um bom tempo voltou ao quarto já me viu deitada, só vestiu um tênis e saiu pegando sua carteira!

Eu já havia adormecido acabei não ouvindo nada, ele saiu andando pela cidade, parou em várias escolas ali do bairro procurando algo, afinal..ele entendia de música, e isso no momento era o que podia oferecer, conversou com alguns diretores, alunos até se interessaram pela oportunidade de incluir uma nova aula , outros nem se deram o trabalho de atender, acabou sendo como sempre nos últimos dias, foi para casa sem nada definido. Eu acabei despertando com o alarme, me levantei não vi o VItor em casa, passei pela sala de jantar vi seus papéis sobre a mesa, parei olhando o que era, logo fui em direção a cozinha estava com um pouco de fome, só havia comido uma bobagem durante a manhã, abri a geladeira, fiquei um tempo a olhando mais logo a fechei, vi as panelas em cima do fogão, as abri - Hun..ele fez almoço!

Abri o forno tinha filé de frango empanado, acabei pegando tudo, coloquei em um prato esquentando no microondas, fui a geladeira pegando algo para beber, levei tudo a sala, coloquei na mesa de centro, liguei a tv me distraindo enquanto almoçava, ou melhor jantava, quando já estava terminando vi o Vitor entrar, virei meu rosto o olhando, ele passou reto sem dizer nada , eu dei um suspiro, detestava quando ele fazia isso, terminei de comer colocando o prato sobre a mesa, ele foi ao quarto, tirou o tênis, colocou as coisas que estavam nos seus bolsos na cômoda, se sentou na cama suspirando, já não agüentava mais, pra falar a verdade só queria arrumar suas coisas e ir embora daquela cidade que lhe parecia ter sido o maior erro que cometeu.

Eu vendo que ele ia ficar no quarto levei as coisas a cozinha, lavei as guardando em seguida fui ao quarto o vi sentado na cama pensativo, me aproximei, ele ouvindo levantou o rosto me abaixei a sua frente- Vai ficar bravo comigo mesmo?

Ele levantou os ombros, eu passei a mão na sua perna, me levantei- tudo bem..vou me arrumar!

Ele ficou calado sem dizer nada, entrei no banheiro tomando outro banho rápido, sai já me vestindo, como já estava tudo separado só lhe dei um beijo rápido no rosto e sai, eu já nem sabia mais de onde estava me brotando tanta paciência, eu entendia muito bem a angustia do Vitor e acredito que se fosse ao contrario também estaria chateada, mais as vezes eu tinha a impressão que ele fazia questão de piorar aquilo, ele se sentia culpado por tudo e eu já nem agüentava mais falar que não era assim e tudo o que eu já havia dito milhões de vezes. Cheguei ao hospital dando entrada no plantão e cumprindo toda aquela rotina. A semana foi se passado com o mesmo clima, o Vitor com aquela preocupação dele e ao mesmo tempo bravo, não comigo..mais com ele mesmo, na quarta eles conseguiram fazer um show em um bar próximo mais nada que fosse se tornar rotineiro, era uma quinta de noite havia dado entrada no meu plantão que desde ontem estava um tanto corrido, passamos a noite naquela correria interminável e eu já nem me dava conta do tanto que estava cansada, o Vitor havia ido dormir cedo como sempre imerso nas suas preocupações, a noite se passou, eu já estavam dando graças que na sexta na parte da manhã havia desmarcado todos meus pacientes, o Vitor havia me falado que seria melhor irmos de carro, a única coisa que não queria era dirigir, mais o resto por mim tudo bem, ia chegar em casa arrumar todas as malas, sair para comprar a besteirinhas que queria e aproveitar para dormir até o dia seguinte , fui a minha sala recolhendo minhas coisas, o Rafael abri a porta rápido, eu levantei meu rosto assustada ele riu- Desculpa..só pra avisar..estamos livres..nem precisa volta hoje..só segunda e no horário normal!

Eu respirei fundo- Nossa..depois do susto que me deu..e essa noticia boa esta perdoado!

Ele riu- obrigado mesmo pela força..agora só quero chegar em casa e dormir até a hora da ceia de amanhã!

Eu dei uma risada- Somos dois então!

Ele se aproximou me deu uma braço de feliz natal se despedindo em seguida, terminei de recolher tudo, sai fechando minha sala e indo para casa!

O Vitor ainda estava dormindo, acordou com a campanhia berrando era o Léo afobado- cara, se veste, temos que estar lá no centro daqui uma hora!

Vitor passou a mão no rosto, não estava entendendo muito bem o Léo falou alto- vai logo...o mesmo cara..que a judô a gente com o casamento e tudo mais..acabou de me liga..a gente tem evento pra semana toda!

O Vitor arregalou os olhos- Sério?

Léo balançou a cabeça positivamente- Vai se arrumar..se não... não vamos ter mais nada!

Ele foi rápido em direção ao quarto , entrou no banheiro escovando os dentes, jogou uma água no rosto, deu um jeito rápido no cabelos saindo e colocando a primeira roupa que viu, o Léo parou se encostando na porta o esperando, assim que cheguei desci do elevador vi o Léo parado ele me olhou sorrindo- Nossa..essa é minha cunhada?

Eu ri- Engraçadinho!

Lhe dei um abraço- Dormir faz bem!

Eu ri- É o que pretendo fazer!

Olhei para dentro- ta tudo bem?

Ele balançou a cabeça- Ta, vim chamar o Vitor..recebemos umas propostas ai..e a gente vai lá combinar tudo!

Eu sorri- Jura....nossa...não sabe como é bom ouvi isso!

- É..bom é pouco!

Logo o Vitor saiu me viu na porta, falou sério- Ah..chegou cedo não acha não?

Eu olhei o Léo um pouco sem graça- É..não vou para o hospital hoje!

Ele só consentiu- Vo ver umas coisas com o Léo...

Ele saiu chamando o Léo, passou me olhando- Tchau!

O Léo ficou o olhando, eu dei um suspiro, me virei- Boa sorte!

O Léo agradeceu ele respirou fundo, voltou próximo a mim deu um beijo carinhoso- Obrigado!

Ele parou alguns segundos com o rosto próximo ao meu me olhando, o elevador chegou o Léo foi entrando e segundo a porta, eu dei um suspiro, ele deu mais um beijo rápido no meu rosto saindo, eu entrei no apartamento pensando, era cada vez mais difícil entender o Vitor, assim que a porta se fechou o Léo o olhou calado, ele deu um suspiro- Viu..como ela tá?

Ele só concordou com a cabeça- Dá pra contar nos dedos quantas horas ela dormiu!

Léo o olhou- Você devia pegar mais leve com ela cara!

Eles saíram indo em direção ao carro- Não é ela..sou eu Léo...espero que a partir de agora a gente saia dessa cara.. só isso!

E Lèo consentiu, os dois entraram no carro saindo, eu fui deixando minhas coisas na sala, a casa estava organizada, esse tempo que o Vitor ficava em casa ele organizava tudo melhor que eu, fui ao meu quarto já tirando aquela roupa, depois que tomei um banho rápido olhei a cama, como ele saiu correndo estava desarrumada ia me deitar mais tinha certeza que se fizesse isso não iria acordar hoje ainda, aproveitei já tirei a mal do armário separei nossas coisas para o fim de semana, foi um tanto rápido, a coloquei de canto, dei um suspiro, ia aproveitar e ir ao shopping, ia ser rápido, comprar só algumas lembranças para não passar em branco, e ia aproveitar assar no mercado o qual já fazia um certo tempo que não ia.

Me arrimei rápido sai respirando fundo tentar achar alguma pontinha de animação que ainda restava em mim, assim que cheguei ao shopping já fui direto na lojas já sabendo o que comprar para cada um assim que terminei passei em frente uma loja de sapatos, fiquei olhando, pensei no Vitor, ele precisava de um novo, mais fiquei pensando talvez na bronca e a cara feia que ele ia me fazer se eu desse, só balancei a cabeça, fui andando em frente, logo parei dando um suspiro- Droga, ele podia brigar, mais não era bobagem, o que ele usava já estava horrível!

Dei meia volta entrando na loja, já pedi o modelo que eu havia gostado, ele embrulhou para presente eu paguei, sai da loja já pensando que tinha que ir embora , afinal não havia me matado pra gastar tudo no shopping..nem podia na verdade.

Os meninos foram ao tal local, passaram a tarde ali conversando, esse rapaz era responsável por um buffet famosos em São Paulo, e foi assim que havia arranjado as duas festas para os dois tocarem, como os haviam elogiado e alguns amigos estavam a procura de alguém para tocar nessa semana de festas resolveu chamar os dois, ficaram um tempo conversando logo ele pegou um papel aonde havia anotado os endereços e tudo mais, mostrou a eles- A partir do dia 24 vocês já tem uma apresentação, e ultima é dia 1º de janeiro.

O Vitor olhou o Léo ele olhou os dois – Algum problema?

Os dois viraram o rosto rápido dizendo que não ele continuou explicando, logo que terminou acabou falando sobre outros assuntos, se despediu dos dois desejando boa sorte e todos os votos de final de ano.

O Léo deu um suspiro- È..nada de natal em Abre Campo esse ano!

Vitor ficou calado, ele continuou- Bom, a gente tem que pensar que vai ser bom né..quanto mais conhecerem a gente melhor!

Ele consentiu, entram no carro calados, o Vitor só estava com o olhar longe o Léo ficou o olhando, se virou para frente ligando o carro os dois voltaram pra casa, assim que a porta do elevador se abriu o Vitor saiu, o Léo o olhou- Mais tarde te encontro lá embaixo já!

Vitor consentiu, foi entrando em casa, colocou a mão na porta estava trancada, ele pegou a chave no bolso entrando em seguida, a encostou se sentou no sofá pensando, deu um suspiro, longo se pegou o telefone já ligando para a sua mãe, ficaram ali conversando por um tempo.

Eu já havia saído do shopping, passei no mercado comprando o que precisava, assim que saiu no estacionamento mesmo estavam vendendo algumas arvores de natal, não muito grande, fiquei olhando deixei as compras no carro, fechei o porta mala me aproximando, o rapaz que estava vendendo se aproximou me falando os preços, tudo bem que eu não iria ficar em casa, mais ia ser a minha arvora..na minha casa..podia parecer bobagem mais não sei, era diferente, acabei comprando, ali mesmo montado já havia como se fosse um quiosque com enfeites, comprei alguns eles levaram tudo ao carro agradeci e logo entrei voltando para casa!

Assim que estacionei peguei um dos carrinhos que ficavam no estacionamento, coloquei tudo ali dentro, tive um pouco de dificuldade com a arvore mais logo me ajeitei, subi pelo elevador de serviço, sai no nosso andar, parei pegando a chave na minha bolsa assim que a coloquei na fechadura a porta abriu sozinha, eu a empurrei devagar o Vitor virou o rosto desligando o telefone eu dei um suspiro- precisa parar com essa mania amor!

Ele se levantou abri toda a porta puxando o carrinho ele se aproximou- O que é isso tudo?

Eu sorri- Me ajuda!

Ele foi sério me ajudando, tirou tudo colocando no chão da sala, eu levei o carrinho de volta ao elevador, voltei entrando, fechei a porta ele estava olhando para tudo eu sorri- Nossa primeira arvore de natal!

Ele me olhou sério-, deu um suspiro sem dizer nada, eu fui separando as sacolas que eram da cozinha, ele me ajudou pegando colocou sobre a mesa, me olhou, eu dei um suspiro mais séria- Puxa Vitor..pelo menos finge que ta feliz..por favor!

Ele respirou fundo- Eu não vou poder ir mais pra Abre Campo!

Eu virei meu rosto rápido- Como assim?

- Então..o rapaz lá que nos chamou é pra tocar em alguns lugares durante essa semana, a partir de sabado até o dia primeiro!

- A semana toda?

Ele balançou a cabeça positivamente, acabei levantando os ombros, dei um sorriso- Isso é bom amor!

Ele consentiu, eu abaixei o rosto tirando as coisas da sacola, não disse mais nada ele se aproximou- Não gostou né?

Eu balancei a cabeça- Ah..Vih...é ótimo pra vocês, é só que...

Eu dei um longa pausa- ..bobagem minha! Vai ser ótimo..viu tudo tem seu tempo meu anjo!

Ele ficou me olhando- Eu não tenho culpa..eu não podia negar trabalho!

- Eu sei Vih!

- Não, você fico chateada comigo....é obvio isso, mais não precisa agir como se fosse uma escolha..é claro que é uma escolha..mais você tem que entende...olha..

Eu o interrompi- Vitor..porque ta falando assim comigo! Eu não disse nada....é claro que eu entendo...eu sei..e to te apoiando nisso!

- Grande apoio me olhando assim!

Eu dei um suspiro deixando a sacolas de lado, o olhei- Te olhando como?É ótimo que você tenha onde tocar a semana todinha, que muita gente vai poder conhecer a música de vocês e tenho certeza que isso vai ser essencial pra tudo dar certo aqui em São Paulo Vitor..eu não entendo o que você quer de mim..você ta brigando comigo..por nada...antes era porque eu passei a semana toda fazendo plantão...agora é porque..me explica?

- Simples..eu te dou uma noticia boa...e você...

Eu fechei os olhos por alguns segundos- E eu disse que ótimo..

- Esse é o problema..só disse que ótimo...

Eu respondi já alterada- Quer que eu de uma festa também? É ótimo pra você...e pra mim também..e me desculpa se eu não sai gritando de alegria para os quatro ventos, mais eu passei a semana toda planejando algo, e nesse minuto você me fala que não vamos mais pra Abre Campo....que nem em casa..nem comigo vai passar o natal..eu não posso ter minha parcela de chateação por causa disso? Eu trabalhei bastante pra gente ir tranqüilo, comprei algumas coisas pra gente dar ..e agora não vai ser mais assim...eu não tenho o direito de não ficar tão feliz quanto você queria com essa noticia?

Ele balançou a cabeça- Eu não te pedi pra fazer isso...não pedi pra se matar trabalhando..passei a semana te alertando pra isso..que era um problema que eu tinha que resolver..agora não vem me cobrar por algo que você fez porque quis!

Eu só fiquei o olhando, respirei fundo, engoli a seco palavra por palavra, minha vontade..minha vontade...eu nem sabia qual era mais, ele estava cada vez pior, não media palavra nenhuma que falava pra mim, só as jogava e depois eu tinha que passar por cima, eu só levantei minha mão, ia responder mais não ia valer a pena deixei tudo ali passando por ele, fui para o quarto, coloquei a mala com força sobre a cama a desfazendo ele foi atrás de mim- Você pode ir pra Abre Campo se quiser!

Eu respirei fundo- È devia mesmo!

Ele passou a mão na cabeça – Você...

Eu o interrompi – Eu o que? Eu queria fingir que não ouço as coisas que você me fala Vitor, queria mesmo...mais não dá..você..você meu Deus..você já percebeu que anda me falando a primeira coisa que vem na sua cabeça? Realmente você não me pediu pra me matar como você diz..eu fiz porque eu queria..queria que o nosso natal fosse agradável..que você se distraísse disso tudo..que não ficasse tão preocupado com quanto a gente ia gastar pra ir voltar e tudo mais..é por isso que eu fiz....e eu não to te cobrando..porque eu nunca fiz isso e não vai ser agora que eu vou fazer..mais eu tenho o direito de ficar chateada sim..porque não vou passar o natal..e pelo jeito nem o ano novo com você, e mais ainda..eu acho que o mínimo era eu ter o direito de ser respeitada, o que pelo visto..não existe mais essa palavra no seu vocabulário.

Ele ia me interromper eu continuei- Para! eu não terminei de falar..eu te ouvi..você vai me ouvir...a cada dia que passa eu tento te entender, sem querer brigar, fazendo você se sentir bem porque eu sei me colocar no seu lugar, mais a minha paciência ta indo pro espaço com tanta grosseria sua..e porque você não faz a mínima questão de entender o meu lado..ou se entende faz questão de não me demonstrar isso! Eu devia sim, pegar minhas coisas e ir pra Abre Campo, porque lá eu não ia ter que ouvir você me falar tanta besteira, mais eu não vou...porque lá no fundo eu quero acreditar que tudo o que eu ando ouvindo de você ultimamente é da boca pra fora, e que agora você ta tão chateado quanto eu em relação a tudo isso que acabou de acontecer, eu só vou respirar fundo, continuar a desfazer essas malas, pedir pra que você organize as compras da cozinha.... e fingir que a única coisa que você me disse é que vai ter a semana de show..eu lhe respondi que bom..e acabou por ai..certo?

Ele passou a mão no rosto, eu disse mais alto- Certo Vitor? Ou você vai realmente querer continuar essa discussão?

Ele respirou fundo se virou saindo do quarto, eu só soltei um suspiro vindo lá de dentro, me sentei na cama do lado da cama, acho que eu tava começando a me perguntar até onde eu ia conseguir levar tudo isso pra frente..ele estava totalmente inconstante, uma hora um poço de carinho, na outra calado pensativo, cinco minutos depois falando tudo que vem a cabeça mesmo que não faça sentido, eu me joguei ali na cama fechando meus olhos, aquilo me cansava mais do que o hospital!

Ele foi a cozinha, foi tirando tudo das sacolas nervoso, foi guardando tudo, apoiou suas mãos na mesa respirando fundo relaxando os ombros, porque ele tinha falado aquilo, porque esse nervosismo idiota, ela fazendo de tudo e eu aqui..um burro irritado e falando besteira pra ultima pessoa que deveria ouvir tudo aquilo!

Ele deu um suspiro foi a sala, pegou a arvore a colocando no canto, deixou as sacolas próximo a elas, os enfeites do lado, parou olhando o relógio, ele iria sair bem mais tarde, deu um suspiro abrindo tudo acabou rindo, foi distribuindo os enfeites pela arvore , não era grande ele acabou a enfeitando rápido, terminou colocando as luzes, puxou o sofá colocando na tomada, colocou o sofá de volta ajeitando a sala, tirou o que estava embrulhado de dentro das sacolas, distribuiu ajeitando embaixo da arvore, se afastou sorrindo, ´princesa..você não merece esse burro não é!

Ele balançou a cabeça jogando o resto de sacos e papéis fora, foi até o quarto me viu deitada, eu estava cochilando senti alguém entrar no quarto levantei a cabeça rápido, ele parou- Tava..dormindo?

Eu me levantei rápido- Não..só cochilei só, quero dormir só de noite.

Eu fechei a mala que estava vazia a coloquei dentro do guarda roupa, as roupas que separei coloquei rápido na gaveta ele ficou só olhando, eu passei ia sair do quarto o olhei- Guardou as compras pra mim?

Ele balançou a cabeça positivamente foi tirando a camisa para tomar banho, eu agradeci saindo do quarto, assim que cheguei ao final do corredor olhei pro canto da sala, estava tudo arrumadinho, enfeitado...acabei soltando um suspiro com um riso, o que ele tinha..eu podia estar tão nervosa quanto fosse..mais com pequenas coisas ele conseguia me desarmar totalmente, eu dei um sorriso, ele virou do quarto, esticou o pescoço me olhando parada, respirou fundo indo até lá, ia passar – Esqueci..pano de chão!

Eu segurei seu braço, o olhei séria quase esboçando um sorriso- tem no banheiro!

Ele balançou a cabeça- Não vi..eu vou..

Eu acabei sorrindo- Obrigada!

Ele ficou me olhando, não sabia se podia se aproximar, eu ri- Montou muito bem nossa arvore!

Ele riu- Desculpa!

Eu dei um suspiro- Já esqueci!

Ele se aproximou encostando seu rosto ao meu- Desculpa minha vida..te amo..eu só devia te agradecer..por tudo..por estar me ajudando..por continuar aqui comigo..só isso..desculpa..desculpa!

Eu passei a mão em seu rosto lhe dando um beijo carinhoso;;;;

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