Balancei a cabeça, ele só respirou fundo começando a pipocar os canais, logo adormeceu com o controle na mão, quando o percebi quieto, abaixei a revista olhei melhor estava todo desajeitado, a fechei deixando de canto me aproximei tentando tirar o controle da sua mão, quando consegui desliguei a tv, ele abriu os olhos rápido- Não..eu estava assistindo!

Eu ajeitei melhor o cobrindo- Estava dormindo Vih!

Ele respirou fundo, fiz carinho no seu rosto ele ficou me olhando, olhou minha barriga dizendo em um tom menos agressivo- Eles estão bem?

Eu olhei para baixo passei a mão dizendo- Os pequenos? estão sim! Acho que com saudade de você..só!

Ele soltou um suspiro, me olhou com aquela expressão de tristeza- Não planejei nada disso..

Eu só fiquei o olhando ele continuou dizendo em um tom baixo- Esse feriado era pra talvez sairmos, ver o quarto, as roupas..ou até mesmo estar na fazenda com seus pais curtindo o que a gente tanto planejou..ao invés disso..to aqui, cortado e tendo que lidar com uma separação que nunca achei que fosse acontecer..

Eu balancei a cabeça- Você não precisa lidar com separação nenhuma!

Ele só ficou me olhando- Não mesmo? e o que eu tenho que fazer? fingir que nossa vida esta perfeita? que eu tenho a mulher mais atenciosa do mundo do meu lado?

- Não! Mais me deixar concertar isso já é um começo!

- E se não tiver concerto?

Eu só senti um nó na garganta ele virou o rosto olhando para o outro lado, eu levantei o meu tentando não chorar- Eu já cansei de dizer o quanto eu errei e o quanto queria voltar atrás..mais eu sou humana, e não sou perfeita, não é sempre que vou conseguir ser a mulher que você espera..assim..assim como você Vih também nem sempre é o homem que eu espero..

Ele virou o rosto me olhando sério- Agora eu sou o culpado?

eu balancei a cabeça negativamente- Não! Mais assim como eu já perdoei seus erros é tão difícil assim perdoar o meu?

- Meus erros não acabaram com o nosso casamento!

- Não mesmo, não acabaram porque eu tive amor o suficiente pra recomeçar, pra aceitar que nem sempre você iria acertar comigo e acima de tudo porque só de pensar em ficar sem você eu me sinto vazia, sozinha, como se eu não fosse mais nada nesse mundo, sem ter a pessoa que me completa do meu lado!

Eu já deixei uma lágrima escorrer, passei a mão no meu rosto- mais talvez, só o meu amor seja assim, o seu pode não ser o suficiente pra aceitar que eu também erro..

Ele só balançou a cabeça- È..deve ser isso então!

Só fiquei o olhando como se tivesse me estraçalhado por dentro com essa frase, eu só respirei fundo terminei de ajeitar seu cobertor, lhe dei um beijo no rosto- Boa noite!

Ele só fechou os olhos respirando, eu voltei me sentando no sofá só passei a mão no rosto fechando meus olhos, era como se sentisse aquela sensação de que nada que eu fizesse fosse mudar isso, o Vitor ficou em silêncio logo adormecendo, acabei me recostando descansando um pouco, e talvez encontrando uma saída! Depois daquilo a noite se passou tranqüila, acabei despertando com a enfermeira colocando o café no canto, me levantei ela olhou- Vou deixar aqui, se ele demorar a acordar e esfriar me avisa que trago outro!

Eu só consenti, acabei entrando no banheiro, lavei meu rosto me estiquei um pouco, havia acabado de ganhar uma bela dor nas costas, passei a mão, voltei pegando minha necessaire na bolsa, escovei os dentes, prendi o cabelo, respirei fundo pedindo força, assim que sai o Vitor já havia acordado, se sentou um pouco na cama, o olhei ele respirou fundo- Preciso de um banho!

Eu só peguei a sua toalha que estava sobre a cômoda- Suas coisas estão aqui, eu te ajudo!

Ele balançou a cabeça- Eu ainda sei tomar banho sozinho!

Eu só consenti- Tudo bem, então tem que esperar a enfermeira pra tirar seu soro!

ele só olhou sua mão- Uma médica tão dedicada não pode fazer isso? ahh..esqueci..a dedicação não é comigo!

Eu só fiquei o olhando, balancei a cabeça, fui a cabeceira sua cama apertando o botão da enfermagem, logo a enfermeira chegou, ele perguntou se poderia tomar um banho, ela consentiu dizendo que ia tirar o soro e depois colocava novamente que era melhor!

Ele só a observou, eu separei um pijama dele que havia trazido, e a tolha do hospital, assim que a enfermeira tirou o soro ele já foi se levantando e indo devagar ao banheiro, só em aproximei, deixei sobre a pia as coisas, sai ele só ficou olhando, encostei a porta- Só não tranca!

Antes que ouvisse mais alguma grosseria já me afastei dali, fui pegando uma fruta na minha bolsa olhando pela janela o jardim do hospital, acabei me distraindo um pouco ali, depois de um bom tempo só ouvi a porta do banheiro abrir, olhei, o Vitor já havia tomado banho mais não conseguia terminar de se vestir sozinho, só colocou a blusa do pijama suspirou, não queria pedir minha ajuda, mais ou era isso ou a enfermeira, logo o ouvi me chamar, sai indo em direção a banheiro ele ainda coberto com a toalha me olhou sem graça- Não consigo abaixar pra terminar de me vestir, pode me ajudar?

Eu só consenti pegando o resto da roupa e o ajudando, ele respirou fundo eu peguei a toalha da sua mão levantei um pouco sua blusa ele me olhou sério- Era só pra me ajudar com isso...

- Vou secar direito os pontos!

Ele ficou olhando, havia molhado o curativo que estava sobre os pontos achei melhor tirar ele respirou fundo- isso dói sabia?

- Eu sei, mais não pode ficar isso molhado, a chance de inflamar é bem maior além de demorar mais para cicatrizar!

Ele não falou mais nada eu terminei de tirar com cuidado com ele dando gemidos, assim que terminei o sequei direito, ele só ficou olhando, quando terminei abaixei sua blusa me levantei sentindo um pouco minhas costas, respirei fundo- Vai tomar seu café antes que esfrie vai!

Ele só se virou saindo devagar do banheiro, estendi sua toalha ali, quando sai ele havia se sentado na poltrona o olhei- Não prefere a cama?

Ele balançou cabeça. aproximei a mesa dele lhe mostrando o café, ele só me olhou- Já comeu?

- Já?

- O que você comeu?

- Uma fruta que eu trouxe..

- Só um fruta, porque não vai tomar café, não vou morrer se eu ficar aqui sozinho !

- Quando sua mãe chegar, eu vou!

- vai agora!

Eu respirei fundo- Vamos fazer o seguinte Vih, se eu to te incomodando tanto, finge que eu não estou aqui, pode ser?

Ele só balançou a cabeça começando a tomar seu café- Só falei porque você esquece que o Pedro a Fernanda ai dentro dependem de você!

- Eu sei, já comi uma fruta e quando sua mãe chegar vou e tomo café, tudo bem?

Ele só respondeu mais nervoso- Você que sabe!

Eu em aproximei do sofá voltando a sentar, assim que ele terminou de tomar café só ficou ali quieto parecia com dor, o médico entrou já o cumprimentando- Que bom, já sentado, ótimo sinal!

Ele me olhou eu me levantei me aproximando, me estendeu a mão fiz o mesmo o cumprimentando, ele já foi dizendo- Antes eram duas moças diferentes que estavam aqui!

Eu consenti ele ficou me olhando mais atento- Mais sabe que você não me é estranha!

O Vitor já foi o interrompendo- È essa é minha esposa, agora quando vou ter alta!

Ele riu- Eles sempre loucos pra sairem!

Ele continuou me olhando tentando lembrar eu sorri sem graça- Deve ser da faculdade, estudei um tempo aqui, fiz alguns estágios por aqui no hospital!

Ele sorriu- Isso, lembrei de você em um trabalho que apresentou, mais não foi aqui em Uberlândia foi em..
Eu completei- belo Horizonte, terminei de me formar lá!

Ele consentiu- Isso mesmo, você era orientada do Dr.João!

Eu sorri- Isso!

Ele riu- Nossa como as coisas são, tem visto ele, ou trabalha com ele ainda?

- Não, estou por aqui de passagem eu moro e trabalho em São paulo agora!

- Que ótimo!

O Vitor só ficou olhando, ele acabou rindo- Mais vamos ver o paciente né!

Ele acabou olhando os pontos, me falou dos remédios que ele iria tomar e tudo mais, no final iria dar alta o Vitor na parte da tarde, eu consenti, ele saiu falando- Bom, até logo!

Eu só consenti com a cabeça o Vitor ficou me olhando- o que é agora conhece o hospital inteiro?

Eu o olhei- Não Vih, mais naturalmente quem estudou por aqui trabalha aqui né, e tem pessoas que a gente se lembra..

Ele me olhou respondendo com cinismo- Ah..claro!

Eu só ri, me aproximei fazendo carinho no seu rosto, ele abaixou minha mão irritado- Para com isso! Dentro de casa não chegava nem perto de mim agora não precisa também!

Eu só respirei fundo engolindo um certa irritação , logo vi porta abrir a D.Marisa entrou- Sentadinho já, esta melhor querido?

Ele me olhou sério a olhou- Estou sim mãe!

Ela se aproximou me cumprimentou- E você tudo bem?

Eu só balancei a cabeça, me afastei peguei minha bolsa- Bom, o Vitor vai ter alta de tarde, eu vou ir tomar meu café!

Eu olhei o Vitor- Fica feliz agora, vou te dar pelo menos meia sem a minha presença!

Eu pedi licença saindo a D.Marisa ficou olhando sem entender, ele balançou a cabeça- Viu como ela me trata!

Ela o olhou- Ela teve motivo pra isso..

Ele respirou fundo- Agora não precisa ficar me bajulando não, droga!

Ela só balançou a cabeça, ficando calada, começou a perguntar como ele estava eu fui irritada a lanchonete, acabei pedindo um lanche e um suco, me sentei esperando, eu amava demais o Vitor, mais ter que aguentar ele me tratando assim era dificil, assim que meu lanche chegou fiquei ali me remoendo por dentro e me acalmando pra não deixar a situação pior que já estava, fiquei um bom tempo ali olhando em volta, o Vitor havia voltado a cama, se sentou, olhou a D.Marisa no sofá- Será que ela foi embora mãe?

Ela o olhou séria- Quem sabe, não mandou ela ir?

Ele respirou fundo, ela balançou a cabeça- Deus queira que nesses próximos quase quatro meses vocês tomem juízo pra criar esse dois bebes!

Ele olhou surpreso- Eu?

Ela respondeu mais autoritária- Os dois!

Ele só olhou pra frente sério a D.Marisa não respondeu nada, eu depois de mais um bom tempo, paguei tudo e voltei ao quarto mais calma, entrei ele só me olhou de canto, fui até o sofá a D.Marisa passou a mão na minha barriga- Comeu?

Eu balancei a cabeça positivamente, respirei fundo, os bebes mexeram ela sorriu- Que graça!

Eu ri- A Paula que queria sentir!

Ela fez mais um pouco de carinho- Com certeza, ela é toda curiosa com isso!

Eu sorri consentindo o Vitor só ficou olhando, ela respirou fundo- Quando eles nascerem vai sentir falta disso!

Eu fiquei a olhando- È..bem gostoso sentir eles comigo assim!

Ela sorriu- Mais esse problema é fácil de solucionar, é só ter outros né!

Eu balancei a cabeça- Deus D.Marisa, já esta que nem meu pai!

Ela deu um risada- E quanto a eles, não vai a fazenda!

Eu a olhei, olhei o Vitor- Vou sim, quando o Vitor estiver melhor, ou no final dessa semana..

Ele só olhou- No final da semana? que piada, amanhã já vai voltar correndo para o seu hospital, suas responsabilidades não é?

Eu não respondi nada só ignorei continuando a conversar com a D.Marisa ficando até a tarde ali, assim que ele recebeu alta arrumamos tudo, fomos devagar até o carro, ele teimoso quis ir andando, assim que chegamos na casa, o olhei- Vai querer subir?

Ele só consentiu acabei o ajudando, assim que entramos no quarto, ele se sentou o ajudei tirando seu tênis, a D.Marisa foi pegar mais alguns travesseiros, fui o ajudar a se ajeitar, ele respirou fundo me olhando, ela me entregou os travesseiros, ouviu a campainha já desceu pra atender, eu os coloquei do lado- Quer mais um?

Ele balançou a cabeça- Quero ficar sozinho, posso?

Eu só olhei com certa tristeza- Não faz assim Vitor, por favor!

Ele só puxou o ar irritado- O que eu te pedi antes de sair de casa? um tempo não foi? nem isso consegue fazer!

Eu só abaixei o rosto- Não..eu não consigo fazer isso!

- mais vai fazer por bem ou pro mal, me faz um favor de verdade, faz igual você tava fazendo em casa, só volta aqui no quarto pra dormir, isso é facil..não é..você faz tão bem!

Na hora preferi não responder nada, só consenti saindo dali, parei no corredor só passando a mão no cabelo, sentindo que a qualquer hora ia cair em desespero, nem percebi a D.Marisa se aproximar , ela passou a mão nas minhas costas- tudo bem?

Eu me assustei a olhei respirei fundo- D.Marisa, a Paula?

- Ela foi fazer um trabalho em uma amiga, não deve chegar tarde porque?

- Eu....eu aia pedir um favor mais..não precisa eu me viro!

Ela ficou em olhando- O que, pode falar!

Eu olhei a porta do quarto, a olhei- Sabe, acho melhor, eu ficar na minha vó!

Ela olhou assustada- porque?

- Porque é melhor, eu vou levar as receitas, ele só vai precisar dos remédios amanhã, antes de vir aqui eu compro e trago!

Ela ficou olhando- Não acaba que ficar longe vai ser pior?

Eu só balancei a cabeça- Mais ele não me quer perto...