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...Que quando a gente se entrega por

inteiro é amor, o gosto de um beijo fica

pra sempre quando é amor..."

30 de agosto de 2010

Você me diz que estou estressada Antônio, mas como não ficar me diz? Olha isso, olha o que está fazendo com você, conosco, o que você pretende hum? Se matar e isso? É tudo por culpa daquela fazenda!
Para quem vai deixar aquilo enorme?
Porque eu não quero agora me diz para quem?
Porque nem eu com a minha idade já não estou mais gostando daquele lugar, você num acha mesmo que a nossa filha vai deixar a cidade grande para se enfiar no meio daquele mato a vida toda dela né?
Olha nem me responde Antônio, nem me responde, faz o que você bem entende, o que bem entende, só que quando você se lembrar da sua familia ou mesmo de você não vem chorar no meu ouvido, não vem....
Fátima pelo amor Deus para que isso, eu só, só preciso resolver os problemas!
Está bem, está bem já disse vai, faz o que bem entende! Agora eu preciso desligar porque daqui a pouco a minha filha acorda e precisa de mim, tchau Antônio!
Antes que ele pudesse falar algo, ela já foi desligando o telefone e o deixando de lado, não podia negar sua irritação, acabou se deixando sentar, passou a mão nos cabelos, queria entende que tantos problemas eram esse que ele tinha, mas como ele se negando a falar era difícil tentar lhe ajudar ou até mesmo ter calma diante disso, ela só suspirou, estava cansada, chateada com tudo isso, só respirou fundo, tentando se controlar, se levantou indo até a cozinha queria se ocupar em algo e não pensar na briga que iria ser quando ele chegasse, ficou ali enrolando um pouco, logo deixou a mesa posta, foi até o escritório já arrumando sua cama deixando tudo em ordem, ouviu um dos pequenos chorando, deixou suas coisas de lado indo olhar o que era, olhou a Fernanda, tentou lhe acalmar para ela não acordar o Pedro, ficou lhe fazendo carinho, mas ela continuo chorando, ela lhe pegou no colo, será que você está com fome heim minha linda?
Ela olhou o Pedro quieto, acabou deixando o quarto para não lhe acordar, lhe levou até a sala tentando lhe acalmar, como viu que não ia ter jeito acabou indo bater no meu quarto, eu já ouvir o choro, me sentei rápido, o Vitor passou a mão no rosto me olhou o que foi, o que foi?
Me levantei, já fui até a porta abrir olhando minha mãe com a pequena...
Ela suspirou tentei acalmar ela, mas não conseguir!
Obrigada mãe, deixa que eu cuido dessa moçinha, eu já a peguei no colo, essa menina está virando um reloginho!
Ela deu um sorriso pequeno, vou tomar meu café...
Eu só consentir, ela saiu, eu já fui voltando a cama com a pequena, o Vitor se sentou passou a mão no rosto, deu um sorriso, eu me sentei próximo a ele, ela já virou seu rostinho procurando o que queria, eu olhei o Vitor apontei lhe mostrando, ele se aproximou olhando sorriu garotinha esperta essa minha viu....
Eu sorrir já fui abrindo o botão da minha blusa lhe ajeitando para lhe dar de mamar, me encostei melhor na cabeceira, o Vitor me deu um beijo no rosto segurou a mãozinha da Fê fazendo carinho, se aproximou apoiando seu rosto no meu ombro, ficou só olhando eu amamentar a pequena, eu virei o rosto lhe olhando, lhe dei um beijo delicado, vai passar o dia comigo?
Hoje, amanhã e depois só eu, você e os nossos pequenos juntinhos!
Hum que coisa boa! Ele só consentiu eu terminei de amamentar a pequena, lhe entreguei olha ela enquanto vou ao banheiro....
Ele a pegou já lhe dando um beijo carinhoso, eu me levantei indo ao banheiro, prendi meu cabelo, já fui fazendo a minha higiene, assim que terminei só peguei a minha toalha secando o rosto e as mãos, deixei o banheiro, olhei o Vitor com a pequena dei um sorriso bobo que cena mais linda, só está faltando meu outro amorzinho aí para ficar mais perfeita!
Ele sorriu, eu me aproximei pegando a pequena, por falar no meu pequeno vou ir cuidar dele agora, e deixar essa mocinha no berço vai para o banho?
Vou sim!
Eu consentir já deixando o quarto, ele se espreguiçou, se levantou indo ao banheiro tomar seu banho, eu entrei no quarto dos pequenos já fui levando a Fê ao trocado trocando sua fralda, assim que terminei já lhe deixe novamente no berço, mesmo ela reclamando já lhe deixei ali, peguei o Pedro já me sentando na poltrona com ele e lhe dando de mamar, fiquei ali com ele um bom tempo, assim que terminei já fiz o mesmo troquei sua fralda já o coloquei de volta no berço, o Vitor assim que terminou seu banho, se arrumou deixou nosso quarto já indo ao quarto dos pequenos, abriu a porta devagar eu estava ali babando os dois, ele se aproximou me abraçando, por trás, eu segurei suas mãos são muitos lindos né?
Sim, perfeitos a nossa princesa e o nosso príncipe....
Eu suspirei disse baixo vamos tomar café?
Hum amor certeza disso?
Eu me virei lhe olhando, porque não está com fome?
Estou, mas estou com vergonha da sua mãe, com que cara vou olhar para ela depois de ontem a noite hein?
Eu segurei seu rosto lhe dei um beijo, vai olhar minha mãe com a mesma cara de sempre, para de bobagem ela levou tudo na brincadeira, vai vem....
Eu puxei sua mão encostei a porta do quarto, já fomos saindo deixando os pequenos, eu lhe puxei lhe levando até a sala de jantar, minha mãe estava ali sentada pensativa, eu me aproximei lhe olhando, olhei o Vitor ele disse baixo bom dia D. Fátima!
Ela lhe olhou bom dia querido!
Eu puxei a minha cadeira me sentando, ele se sentou em seguida, eu fiquei lhe olhando, podia notar que ela realmente não estava bem, fiz carinho em sua mão está bem mãe?
Estou, estou sim filha!
O Vitor lhe olhou dizendo mais serio, D Fátima eu, eu queria pedir desculpa pelo que aconteceu ontem a noite, espero que a senhora não tenha ficado chateada comigo e...
Ela lhe interrompeu balançando a cabeça negativamente eu já havia até me esquecido disso querido, está na sua casa, eu que deveria ter batido na porta, não sabia que havia chego! Não tem nada que me pedir desculpas, vamos esquecer isso, eu não vir nada! É você esquece que me viu está bem? Agora toma seu café!
Ele consentiu, eu só fiquei lhe olhando, ela se levantou enquanto toma seu café vou preparar o banho dos pequenos e já dar banhos nele posso?
Pode mãe, mas não prefere me esperar eu te ajudo!
Não se preocupa meu anjo, faço isso, pode ficar aqui tranqüila...
Antes que eu falasse algo, ela já saindo, eu olhei o Vitor, ele já disse acho que ela ficou com raiva por ontem!
Claro que não, num viu que ela deixou o quarto rindo, acho que aconteceu alguma coisa, meu pai estava para chegar hoje!
Será que ele mudou de idéia linda?
Não sei! Bom acho que ela quer ficar um pouco sozinha, melhor respeitar isso...
Ele só consentiu, já fomos nos servindo e tomando nosso café um pouco calados, assim que terminamos eu já me levantei recolhendo tudo, ele se levantou já me ajudando levando a louça suja a pia, eu já fui tirando a mesa, guardando o que deveria guardar, ele já foi lavando a louça, assim que eu terminei de fazer aquilo, só fui lhe ajudando a secar tudo e guardar, suspirei me encostando na pia, num gosto de ver meus pais assim...
Eu sei como é isso!
Os meus quando moravam juntos de vez enquanto brigavam, também não gostava, por mais que eles tentasse esconde que estava tudo bem dava para perceber!
Eu lhe olhei espero que eles se entendam!
Eles vão sim linda, você vai ver....
Ele me deu um beijo, me ajuda a desfazer a mala?
Ajudo, só deixa eu ver se os pequenos estão bem!
Ele consentiu já foi a sala pegando sua mala, eu já seguir ao quarto dos pequenos, minha mãe estava terminando de arrumar a Fê tudo bem por aqui precisa de mim?
Ela virou seu rosto me olhando não, não, já terminei, está tudo bem mesmo mãe?
Ela olhou a Fê está filha, está sim....
Eu suspirei vou tomar um banho e ajudar o Vitor desfazer a mala, hoje eu cuido do almoço com ele está bem?
Você quem sabe meu amor....
Mãe, por acaso o pai ligou? Ele vem?
Vem, vem mais tarde!
Eu fiquei lhe olhando, ela continuo ali mexendo com a Fê não ia insistir se ela quisesse conversa ela iria me procurar eu deixei o quarto o Vitor já passou levando suas coisas, já havia deixado a mala sobre a cama lhe abriu eu passei me sentando na poltrona, fiquei um pouco mais seria ele me olhou está preocupada né?
Não tem como não ficar! Eu olhei sua mala, já vir os doces me levatei bom agora vamos desfazer essa mala porque acho que tem algo para mim aí dentro num tem?
Ele sorriu tem seus doces preferidos, eu já peguei olhando e dando um sorriso, ele já foi desfazendo sua mala separando o que estava limpo e sujo, eu acabei só ficando ali olhando, já havia decidido que iria pedir algo para o almoço, a manhã acabou se passando assim, quando já estava próximo ao horário do almoço, eu só fui a sala já fazendo o pedido fui até a cozinha arrumando a mesa, tocaram a campainha, eu olhei a porta, já deixei os pratos de lado indo até a porta abrir já vir meu pai dei um sorriso ah que bom que volto, eu lhe dei um abraço aperto, ele me deu um beijo carinhoso, fez carinho no meu rosto me desculpa?
Desculpa o que pai?
Por não ter ficado do seu lado, mas eu precisa, precisa meu anjo, um dia você vai entende tudo isso! Eu lhe puxei lhe fazendo entrar, ele deixou sua mala de lado, eu lhe levei até a sala lhe fazendo sentar o senhor está com problemas na fazenda num está? Porque não me conta? Porque não conta para a mãe?
Pai nós somos a sua familia, tem que contar conosco, se não pudemos te ajudar, vamos, vamos achar alguma solução, mas não guarda tudo para o senhor, diz para mim o que está acontecendo hum?
A minha mãe havia ouvido o barulho da campainha já foi a sala, respirou fundo lhe olhando, ele lhe olhou ali parada respirou fundo tudo bem Fátima?
Ele se levantou indo até ela, ela já passou indo até a cozinha ajeitando a mesa, eu olhei os dois porque isso agora?
Eu de verdade estou triste em ver meus pais assim, se evitando, triste cada um de um lado, brigando, porque tudo isso agora? Vocês sempre foram um exemplo, sempre se entenderam conversando e agora isso!
Pai por favor!
Ele se sentou já abaixando seu rosto, eu não queria te trazer problemas filha, ainda mais agora e para a sua casa, mas eu, eu estou com problemas!
Minha mãe voltou a sala dizendo mais nervosa então me fala, fala que problemas são esses Antônio, me diz porque eu não aguento mais esse mistério seu, fala logo o que está acontecendo?
Você não vai entende Fátima, não vai e problemas na fazenda, na fazenda é isso o que mais quer que eu te diga?
Eu fiquei olhando os dois, ela respirou fundo dizendo mais baixo olha para você Antônio, olha seu estado, olha como está abatido, parece até que emagreceu e tudo isso porque? Por causa de uma fazenda, onde está o meu Antônio que em primeiro lugar pensava em mim, na sua filha na sua familia, cadê o meu marido, o homem com quem eu vivo a mais de trinta anos, cadê? Porque não pode ser esse que está a minha frente, não pode!
Ela já foi se deixando chorar, eu lhe olhei nunca havia visto minha mãe assim, ela passou a mão no rosto suspirou dizendo achei que tinha vindo por nós, mas me enganei, me enganei, era melhor nem ter vindo sabia! Devia ter ficado naquela porcaria de lugar....
Ele se levantou dizendo um pouco mais alto não devia falar assim do lugar onde moramos, eu estou com problemas você querendo acreditar ou não, só que se você não me reconhece eu também não consigo te reconhecer porque eu esperava ai mínimo que ficasse ao meu lado, mas você só sabe me criticar, me deixar pior que estou eu realmente deveria ter ficado onde eu estava, pelo menos não ia ter você falando no meu ouvido!
Minha mãe ia responde eu já olhei os dois dizendo mais alto chega, chegaaaaaaaaa!
O Vitor estava no quarto, mesmo não querendo se meter na história já estava ficando preocupado, ficou parado na porta do quarto só escutando....
Eu olhei meus pais porque tudo isso? Mãe, pai por favor!
Ela me olhou não me pede por favor, eu sei que está na sua casa, no seu direito, mas é difícil aguentar isso e difícil me calar vendo seu pai se matando e matando nosso casamento....
Ela saiu deixando a sala, seguiu indo ao escritório, ele ia atrás dela, eu segurei seu braço, deixa ela, deixa ela e melhor!
Ela passou indo ao quarto, o Vitor só lhe olhou, ela já encostou a porta se sentando ali sozinha...
Eu, eu preciso conversar com a sua mãe filha, ela não pode continuar assim....
Senta pai.... Filha eu, eu....
Sou eu que estou pedindo agora senta, eu apontei para o sofá, fiquei parada na sua frente lhe esperando sentar, ele se sentou eu me sentei na mesa de centro a sua frente, pousei a mão em seu joelho, virei seu rosto lhe fazendo me olhar, olha para mim, sou eu, eu que estou aqui sua filha! Sabe que pode confiar em mim num sabe disso?
Desculpa querida eu não queria essa briga na sua ca...
Pai não é isso que quero que me diga! Quero que confie em mim, que me conte o que está acontecendo eu quero te ajudar, quero que mostre que eu confia em mim, como posso ajudar o senhor a mãe sem saber o que está acontecendo?
Ele abaixou seu rosto se deixando chorar, eu fiquei lhe olhando mais preocupada nunca havia visto meu pai assim, ele respirou fundo, eu não posso, não posso falar!
Porque não pode Pai?
O senhor está com dividas é isso?
Porque se for isso eu e o Vih não temos muito, mas vamos tentar ajudar o senhor é isso?
Não, não é isso!
Então o senhor está doente? Porque se for isso, sabe que tenho conhecidos no hospital eu posso conversar com o Dr Marcelo e...
Não, não eu não posso falar sua mãe, seus avós e você nunca me perdoaria por isso!
Como pode ter tanta certeza disso? Confia em mim pai, por favor, assim o senhor vai me deixar mais preocupado do que já estou!
Eu passei a mão no seu rosto tentando o secar, eu segurei suas mãos conta o que está acontecendo?
Ele0 respirou fundo me promete que não vai contar nada, nada para ninguém? Nem para sua mãe, nem para o Vitor, para ninguém, promete?
Prometo pai, prometo o que o senhor quiser, mas agora me conta o que está acontecendo?
Ele olhou em volta, suspirou eu sei que a partir de hoje eu vou ser sua decepção, mas eu preciso contar isso para alguém, mesmo esse alguém sendo você quem eu nunca, nunca na minha vida queria ver com sentida, decepcionada com o pai que eu fui, com o chefe de familia que eu fui....
Ele fechou seus olhos, talvez procurando tomar coragem, me olhou já deixando suas lágrimas cair, eu tenho, ele abaixou seu rosto dizendo baixo eu tenho um filho!
Eu fiquei parada sem ação lhe olhando, ele levantou seu rosto fixando os olhos em mim, eu soltei suas mãos lhe olhando eu disse baixo e pausadamente como, como assim?
Ele fechou os olhos, passou a mão nos cabelos, me perdoá, me perdoá minha filha por não ter contado nada durante esses anos todo, mas eu não podia, não podia contar sua mãe nunca aceitaria isso!
Eu só continuei lhe olhando, estava em estado de choque nem sabia o que falar, eu só fiquei lhe olhando, ele pegou as minhas mãos a segurando meu anjo eu não trair a sua mãe depois que nós casamos eu juro eu nunca mais tive nada com essa mulher, eu nunca tive sentimento nenhum por ela, eu juro para você, juro por mais quem você quiser....
Foi, foi uma noite, um caso sem pensar antes de me casar com a sua mãe, quando, quando eu soube eu já estava com meu casamento marcado, eu pensei em contar a verdade, mas eu conheço, conheço seus avós, sei o quanto eles são conservadores, eles nunca iria aceitar meu casamento com a sua mãe e eu a amava, amava e amo mais que tudo, eu sei que ela também não iria me perdoá por esse deslize, eu me culpei todos, todos esses anos por ter escondido isso dela, a minha consciência foi o meu pior juiz, eu me condenei todos esses anos, me culpei muitas vezes, mas eu prometo que em todos esses anos eu não tive nem contato com a mãe dele, com ele eu tive muito pouco, eu só lhe ajudei no que eu pude na educação, nós seus remédios, no seu material escolar, sua alimentação, nos estudos isso foi tudo que eu fiz!
Eu virei meu rosto olhando para o lado, já sentir minhas lágrimas caindo, isso quer dizer que eu não sou a unica, que não sou a primeira, talvez nem seja a primeira que tenha de dado netos é isso?
Eu fechei meus olhos qual é o nome, qual é o nome dele?
Vinicius.... Ele, ele é médico como você!
Eu passei a mão no meu rosto e onde ele estava esse tempo todo?
Ele nunca deixou Belo Horizonte, sempre, sempre morou lá....
Eu lhe olhei mais seria eu, eu tive um irmão, que talvez eu já tenha até visto, morando ao meu lado e eu só fico sabendo de tudo isso agora, porque agora pai, será que não e tarde para me dizer que eu tenho um irmão?
Eu sei, eu sei que eu devia ter falado a verdade, que eu deveria ter encarado isso a 35 anos atrás, mas eu escondi por medo, medo de perde sua mãe, medo de perder a mulher que eu amo, medo dos seus avós, eu tive medo!
Se eu tivesse falado a verdade, hoje não estaria sendo assim tão difícil, tão doloroso ter que ver a sua mãe com raiva de mim e não pode contar a ela que eu não estou resolve nada da fazendo e sim cuidado do meu filho, do meu filho que talvez não tenha mais tanto tempo para viver....
Se soubesse o quanto eu me sinto culpado, o quanto eu me sinto mal por tudo isso minha filha, se soubesse quantas vezes ensaie, pedir a Deus para ter coragem e acabar de uma vez com esse segredo, mas eu fui fraco, fraco, não tive coragem, tive medo, muito medo de perder a minha familia, mas mesmo esse rapaz tendo sido tão criado distante de mim é meu filho, meu sangue eu me preocupo por ele e não queria ver ele na situação que ele está agora....
Eu passei a mão no meu rosto o secado o que ele tem pai?
Eu tive que trazer ele de BH para cá, aqui e a ultima chance para que ele encontre um doador, ele está internado no hospital onde você trabalhava, ele, ele está com leucemia, a mãe dele morreu faz pouco menos de seis meses e agora ele, ele com leucemia, se ele não achar alguém que seja compatível com ele você já sabe o que pode acontecer num sabe?
É o senhor não é?
Não! Eu já fiz o teste e não sou, não sou....
Eu suspirei eu não sei o que falar, eu nunca imaginei que pudesse ter um irmão, um irmão!
O senhor sabe que vai ter que contar a verdade para a minha mãe, sendo hoje, amanhã ou depois ela não pode mais ser enganada, ela tem que saber, ela precisa saber...
Eu sei, eu sei, mas agora não é o momento, não é!
Eu estou com um filho que pode pode morrer, eu não posso agora dizer para a sua mãe Fátima eu tenho um filho de 35 anos, casado, formado, mas que a qualquer momento ele pode morrer, era isso que eu estava escondendo! Eu preciso me preparar, eu preciso pensar como contar...
Pensar mais quanto tempo pai? Mais quantos anos ou simplesmente vai esperar o pior acontece para dizer a verdade?
Ela tem o direito de saber e se ela te ama como eu sei que ama ela vai entende, por mais que no inicio seja difícil, ela vai entende só não pode mais esconde isso dela, de mim, da sua familia!
Me desculpa se estou te julgando por isso, mas, mas já pensou que se tivesse falado a verdade anos atrás tudo isso podia está sendo diferente, a mãe e o senhor não estaria agora assim, o senhor não estaria assim se sentindo de mãos atadas sem saber como lidar com essa situação!
Ele me interrompeu dizendo e já pensou que se eu tivesse falado a verdade talvez eu não tenha dito nem me casado, nem você estaria aqui conosco?
Eu não queria decepcionar você, muito menos a sua mãe, eu errei, errei, mas o que eu podia fazer? Ele suspirou abaixou seu rosto, me perdoá se te decepcionei, se no seu coração eu já não sou o seu grande pai, eu não queria que fosse assim...
Eu fiquei lhe olhando, respirei fundo ele ao menos sabe de mim?
Sabe! Isso eu nunca escondi dele...
Ele levantou seu rosto me olhando, eu já fui me deixando chorar junto com ele mesmo ele sido criado tão distante de mim eu não queria que nada de ruim acontece com ele, mas é nessas horas que a gente ver que pai não é tudo, porque eu não posso, não posso fazer nada por ele, nada eu vou ter que ver ele morrendo cada dia, eu não sei se vou ter forças para isso, para encarar sua mãe....
Me ajuda filha? Me ajuda ficando pelo menos perto de mim, me dando a sua mão, me ajudando a superar tudo isso, porque sozinho eu não vou conseguir, não vou....
Eu me ajoelhei a sua frente lhe dando um abraço apertado, estava me sentindo tão confusa, tão perdida, mas uma coisa era certa eu não podia lhe virar as costas, eu precisava lhe ajudar, lhe dar forças para contar toda a verdade e acabar com esse segredo de todos esses anos....

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