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...Que quando a gente se entrega por

inteiro é amor, o gosto de um beijo fica

pra sempre quando é amor..."

2 de março de 2011

O Vitor se aproximou pegando minha outra mão, calma minha linda, calma, nós vamos, nós já vamos...
Não dá para ter calma Vitor, não dá precisamos ir, está, está doendo demais, eu fechei meus olhos chorando e tentando não pensar naquela dor que estava me torturando...
Já vamos minha linda, já vamos!
Meu pai olhou para fora preocupado, estava um temporal que mal dava para ver a porteira da fazenda, quanto mais dirigir, ele só respirou fundo nós olhando eu vou com vocês, sei o caminho melhor, vou junto!Minha mãe olhou é melhor mesmo Antônio, pega, pega, pega seus documentos, as chaves do carro está dentro da gaveta!
O Vitor foi me olhando mais preocupado, vamos logo Sr. Antônio.
Meu pai lhe olhou estava revirando a gaveta da estante olhou minha mãe cadê a porcaria do documento Fátima, eu, eu não estou achando!
Ela me olhou se apoia no Vitor querida, ela foi soltando a minha mão, o Vitor me segurou me levando em direção ao sofá, eu levei minha mão ao final da minha barriga, fechando meus olhos tentando suportar aquela dor, só ouvimos um estrondo e alguém entrando na varanda, meu pai olhou rápido Vinicius?
Ele falou ofegante oi pai, oi!
Ele estava todo molhado e sujo.
O que aconteceu?
Minha mãe já entregou os documentos e as chaves, vai, vai Antonio, quanto mais demorar e pior, depois, depois o Vinícius te explica o que aconteceu o que importa e que ele está bem, agora vai...
Ele os olhou assustado onde vão? Se estão pensando em sair, não tem como sair daqui, eu vinha vindo e logo que passei caiu uma arvore, e um pouco mais a frente tinha outra, não tinha como voltar pra cidade e nem chegar aqui, resolvi vir andando já que estava perto...
Meu pai passou a mão nos cabelos, sentindo uma angustia o que iria fazer? Ele já olhou minha mãe com aquela cara como se perguntasse o que fazer, eu balancei a cabeça negativamente dizendo com uma voz baixa tentando suportar a dor que parecia aumentar cada vez mais, não conseguia ouvir nada e nem entender o porque já não estava dentro do carro
Eu olhei o Vitor respirando fundo amor, amor faz alguma coisa, será que ainda não entendeu, eu, eu preciso ir agora para o hospital, por favor me ouve Vih, por favor!
Ele olhou meus pais, passando a mão no meu cabelo, não estava entendo o que estava acontecendo.
Meu pai ficou o olhando e agora? E agora Fátima o que vamos fazer?
Ele olhou o Vinícius tem certeza que nem meu carro passa?
Tenho pai, nada, nada está passando!
Mais o que esta acontecendo?
Sua irmã, sua irmã está em trabalho de parto!
Ele já olhou me olhou com aquela cara de assustado, minha mãe se aproximou segurando a minha mão me pedindo para respirar, passou a mão na minha barriga, ah mocinha porque essa pressa.
O Vitor os olhou temos que dá um jeito, não dá para ficar aqui assim, não dá!
O Vinícius entrou mesmo molhado e sujo se aproximando de mim, me olhou preocupado, começou agora?
São as contrações mesmo? Mais alguma coisa fora isso?
Minha mãe lhe olhou falando nervosa sim e a bolsa estourou...
Ele respirou fundo ela não pode ficar aqui assim, tem que subir, ficar quieta se não a dilatação aumenta mais rápido!
O Vitor soltou aquele sorriso nervoso, qual a parte você não entendeu cara, ela num está com uma dor qualquer, ela está em trabalho de parto, a gente precisa ir agora, agora para o hospital!
Sim Vitor e que parte não entendeu que não dá para sair daqui?
Eu levantei o olhar balancei a cabeça eu preciso sair desse lugar!
Vitor faz, faz o que eu estou falando, leva ela para o quarto, deita ela.
É depois faço o que?
Espero ela ter uma complicação maior é isso?
Cara estou falando como médico, mas se você prefere sair com ela daqui assim, assuma a responsabilidade e os riscos dessa loucura.
Meus lhe olharam sem saber muito o que fazer, meu pai se aproximou faz o que ele está falando, eu, eu vou sair, vou ver o que posso fazer.
O Vitor já se aproximou me pegando no colo, calma minha linda, nós vamos dar um jeito, calma, confia em mim...
Eu ia falar quando senti a dor vir novamente só me encolhi encostei meu rosto no pescoço do Vitor ele foi subindo rápido me olhando, ele já estava sentindo aquele desespero dentro de si, aquela angustia de ter suas mãos atadas, o que iria fazer agora? Ele respirou fundo, deixando uma lágrima escorrer sobre o sue rosto, entramos no nosso quarto, ele se aproximou do quarto me ajeitando na cama com cuidado, segurou a minha mão com força, nada de mal vai acontecer com você nem com a nossa bonequinha minha linda, eu juro, juro nem que para isso eu precise dar a minha vida por vocês...
Ela não pode nascer aqui Vih!
Ele respirou fundo segurando meu rosto, não me ouviu? Eu te prometo nada vai te acontecer, nada de mal, vai ficar tudo bem, acredita em mim hun?
Eu fiz que sim ainda com minhas lágrimas caindo.
Minha mãe ali na sala olhou os pequenos sozinho, chamou a Sônia, cuida deles para mim, eu não estou aqui, cuida deles, ela já foi subindo estava uma pilha de nervosos sem saber o que fazer, foi ao quarto me olhando, olhou o Vitor acho melhor pegar mais travesseiros e ajeitar sobre as costas dela!
Ele consentiu passando a mão no meu rosto o secando, ela já foi ao armário os pegando, se aproximou os ajeitando na minha costas, passou um pouquinho a dor?
Só, só um pouco mãe....
Ele passando a mão nos meus cabelo olhando, tentando pensar, só respirou fundo eu já volto amor, já volto...
Minha mãe se sentou do meu lado, fez carinho na minha mão tenta respirar querida para controlar um pouquinho a dor, eu balancei a cabeça ai mãe, mãe, não podia ser agora mãe, como vai ser? Como?
Pensa que vai dar tudo certo meu anjo!
Eu fechei os olhos tentando respirar e controlar a dor que estava sentindo.
O Vitor desceu disparado olhando meu pai e o Vini pensando o que fazer, ela não pode ter o bebê aqui, não tem estrutura nenhuma, eu vou pegar esse carro e dar um jeito de levar ela, eu não posso ficar aqui de braço cruzado, esperando ter uma idéia, esperando essa chuva passar, esperando algo pior acontecer.
Vinicius lhe olhou, para ser teimoso Vitor não dar, eu já te falei não dar! Olha eu, olha meu estado, eu sozinho quase não conseguir passar andando e meu carro nem sei se vou encontra-lo mais, olha o vento, olha a chuva, só nesse caminho que eu fiz foram duas arvores imagina agora? Ninguém passa e...
Ele lhe interrompeu dizendo é o que você me sugere Vinicius? Ficar aqui esperando o pior acontece?
O pior vai acontecer se você sair daqui com ela assim, não percebe o perigo, olha lá para fora e me diz que enxerga algo?
Eu sei que esteja nervoso, mas esse não é o momento guardo isso para outra e se prepara para me ajudar!
Ajudar como? Em que?
Nós vamos ter que se virar aqui e sozinhos!
Você só pode está brincando comigo a essa hora, não pode ser.
Meu pai olhou os dois nervoso dizendo alto, chega, chega disso ao invés de discutir deveria agir, eu eu vou sair talvez com o trator eu consiga tirar essas arvorés do caminho, eu vou com o João, com essa chuva que está caindo vai ser difícil chegar lá, mas temos que tentar e você Vinicius troca de roupa e vai cuidar da sua irmão e você Vitor ver se calma e vai ficar com ela também o que podemos fazer agora é isso....
O Vitor olhou deu aquele suspiro preocupado, meu pai já foi saindo, gritando pelo João e já indo fazer o que precisava para sair....
Eu vou me trocar e vou ver ela, é bom ela ficar calma, e você também Vitor todos nervosos agora não vai adiantar nada!
Ele só respirou fundo, se afastou subindo, o Vinicius ficou pensando, não tinha muito mais o que pensar ia ter que encarar aquela situação, subiu ao quarto dos meus pais, já foi abrindo o armário procurando uma muda de roupa, assim que encontrou foi ao banheiro se lavando e já se vestindo rápido, não podia perder tempo.
O Vitor entrou no quarto devagar, viu minha mãe me fazendo respirar foi se aproximando olhando, só queria que aquilo fosse um susto que iria passar, que ia ficar tudo bem, passou as mãos nos seus cabelos lhe xigando, como não havia pensado antes que aquilo podia acontecer, como havia sido tão burro, era perigoso demais e agora?
Ele foi se aproximando devagar, eu só olhei, estiquei minha mão pegando a sua segurando com força.
Minha mãe lhe olhou cadê o Antônio? O Vinicius?
Sr. Antônio foi desbloquear a estrada, e assim que ele voltar vou levar ela para o hospital...
Ouviu minha linda? Eu fiz que sim, minha mãe só olhou, as contrações pareciam ficar cada vez mais frequentes e a dor cada vez mais intensa, parecia que a cada movimento que eu ameaçava fazer aquela dor ficava mais insuportavel.
O Vinicius assim que se trocou, deixou o quarto, minha mãe estava saindo do meu lhe olhou, ele olhou as roupas desculpa, mas eu precisei me trocar, me levar.
Imagina querido!
Ele apontou para a porta ela está aqui?
Está sim.
Vou ver-la.
Sim vai, agora só você pode nós ajudar!
Eu vou precisar da senhora!
Sim! Eu, eu vou rezar enquanto vai ver-la.
Ele consentiu foi batendo na porta de leve o Vitor virou o rosto, ele se aproximou se sentando do meu lado dói muito?
Eu me virei, fechei os olhos balançando a cabeça está ficando insuportavel!
Ele olhou o Vitor as contrações estão muito proximas?
Ele fez que sim, o Vinicius respirou fundo, ele ia levar a mão a minha barriga eu fechei os olhos com força soltando um gemido alto, ele parou olhando mais preocupado passou a mão no rosto pensativo o Vitor ficou olhando assustado...
Eu fui me descontrolando deixando aquele desespero todo apenas virar choro não pode ser agora Vinicius, não pode, me ajuda! Me ajuda meu Deus! Me ajudaaaa!
A luz estava começando a piscar, o Vinicius olhou mais preocupado, passou a mão na minha barriga, calma, calma que vai dar tudo certo!
Eu fechei os olhos voltando a chorar de desespero, de dor, de medo, ele se levantou devagar o Vitor só o acompanhou com o olhar, ele foi em direção a sala viu minha mãe, ela estava de olhos fechados parecia está rezando, ele tocou em seu ombro D.Fatima acho bom nós prepararmos algumas toalhas limpas, água quente, esterilizar uma tesoura essas coisas....
Ela se levantou lhe olhando já com seus olhos úmidos, não vai dar tempo né?
Ele balançou a cabeça negativamente
Ela lhe olhou assustada ah meu Deus, não me fala isso meu filho!
Eu, eu vou precisar da senhora!
Ela consentiu, eu, eu vou separar o que me pediu.
Parecia que a minuto estava sendo uma eternidade, eu estava de olhos fechados, o Vitor ia se levantar, eu lhe olhei rápido não me deixa aqui sozinha.
Calma princesa, calma eu, eu já volto!
Assim que ele abriu a porta já viu os dois subindo olhou as mãos da minha mãe dizendo assustado para que isso? Para que?
O Vinicíus segurou seu ombro, cara não tem jeito, nós que vamos ter que ajudar ela.
Ele levou as mãos ao cabelo puxando os com desespero só me diz quantos partos você já fez?
Ele ficou calado.
Nenhum Vinicíus nenhum como quer que eu fique calmo, tranquilo e a vida da minha esposa, da minha filha, você nem sabe o que é isso, nem sabe!
Eu posso não saber, mas ela e minha irmã e minha sobrinha!
Se saírem daqui ela corre risco e capaz de nem conseguir chegar a lugar nenhum e ficamos parada no meio da estrada e isso mesmo que quer?
Acho que você não tem opção o confia em mim e me ajuda ou então...
Minha mãe lhe olhou, filhos essa discursão não vai nós levar a lugar nenhum, não temos, não temos opção!
O Vinicius parou na porta olhando e então Vitor vai me ajudar ou não cara?
Minha mãe estava aflita, mas não ia ficar ali esperando os dois tomarem uma decisão, entrou no quarto me olhando, eu estava tentando respirar, tentando controlar, já estava com as minhas duas segurando com força a cabeceira da cama, já sentir aquela contração voltar mais forte, já fui soltando aquele gemido alto de dor, era uma coisa de outro mundo, nunca havia sentindo tanta dor na minha vida.
Os dois que ainda estavam ali na porta parado se entre olharam, foram entrando de pressa.
O Vitor olhou o Vinicius e se a estrada já estiver liberada?
Ele olhou não Vitor, não, não é uma boa idéia isso!
Ele ia responder eu só balancei a cabeça, esquece isso Vih, não dar, não dar mais tempo!
Meu amor claro que vai seu pai deve...
Eu respondi alto junto com outra contração que veio
não,não dar, esquece isso, ela vai nascer aqui, aqui e não tem jeito!
Ele passou a mão no meu cabelo tirando do meu rosto...
O Vinicíus se aproximou, eu vou precisa que me ajude também, você vai ter que fazer força, vamos pensar que tudo vai dar cedo e logo vai está com essa menina sapeca no colo.
Eu consentir, ele não queria está naquela situação, mas não tinha mais o que fazer, esperar era um risco que não podia cometer, Ele foi me ajeitando melhor na cama, pegou um dos lençois me ajeitando, já foi ajeitando minha roupa, aquela era umas situações que eu menos esperava passar, minha filha nascendo em casa e meu irmão fazendo meu parto, ele respirou fundo, eu fui começando a sentir aquela dor, ele se aproximou, pegou meus joelhos, os levando para trás, força, eu preciso que me ajude!
Eu fui tentando deixar aquele choro de lado, fazendo força, aquela dor era alucinante, de outro mundo, minha mãe não sabia se ajudava, se rezava ou se simplesmente começava chorar, o Vitor ali ao meu lado, segurou a minha mão dizendo vamos linda, você consegue, você consegue...
O Vinicius me olhou, vamos, vamos força, você é forte!
Eu respirei fundo, tentando controlar minha respiração, ele foi levando meus joelhos novamente para trás me ajudando, eu já fui fazendo força, soltando um gemido alto, deixando as minhas lágrimas que teimavam cair rolar pelo meu rosto já umido.
Minha mãe se aproximou já o secando com a toalha linda, vai filha, vai filha você consegue.
O Vitor estava ali mal conseguindo se mover de tão nervoso, tão assustado o parto dos pequenos havia sido tão tranquilo e agora me vendo ali assim e sem pode me ajudar muito, ele foi segurando a minha mão...
Eu encostei minha cabeça na cabeceira quase sem força eu não vou conseguir, não vou...
O Vitor deu um beijo na minha testa vai sim meu amor, vai sim coragem e a nossa bonequinha que já está chegando, vamos, eu, eu estou aqui.
Minha mãe naquele momento já havia ficado muda, foi apenas fazendo o que o Vinicius lhe mandava, ele me olhou, vamos minha irmã, eu, eu já estou vendo a cabeçinha dela, vamos força, você não pode desistir agora, vamos força...

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