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...Que quando a gente se entrega por

inteiro é amor, o gosto de um beijo fica

pra sempre quando é amor..."

1 de agosto de 2009

Como passar do tempo fui conhecendo a cidade e fazendo novos amigos. Fiz muito amigos novos, mas eu, o Leo e o Vitor éramos inseparáveis, vivíamos juntos. Na realidade eu conversava mais com o Leo do que com o Vitor, talvez pelo fato de ele ser tímido o Vitor não falava muito, eu achava meio estranho, até pq já tinha um tempinho que nos conhecíamos, mas era o jeito dele e eu gostava muito dele tb. Já fazia 4 meses que eu estava em Abre Campo e ainda não tinha recebido nenhuma notícia dos meus amigos de Uberlândia, até que um dia quando estava chegando da escola minha mãe estava no portão e disse: adivinha o que chegou para vc? Eu muito curiosa disse: o que mãe? E ela logo respondeu: uma carta do Daniel... eu abri um sorriso e falei: não acredito, estou morrendo de saudades deles, estava achando que tinham esquecido de mim... O Leo me olhou e falou em um tom que me pareceu ciúmes: quem é esse Daniel? Eu olhei para ele sem entender e disse: é um amigo meu, de Uberlândia, nem acredito! Então ele disse: amigo ou namorado? Eu fiquei vermelha na hora e falei: amigo, só amigo Leo.. Bom, vou entrar e ler minha carta, até mais tarde... O Leo apenas disse: até mais tarde e foi para a casa dele, o Vitor ficou um tempinho parado me olhando, pensativo... até que o Leo chamou por ele, ele se despediu de mim e entrou. Assim que entrou em casa o Leo sentou no sofá e falou: Vitor, vc não acha estranho essa carta? O Vitor respondeu: que carta Leo? E ele: essa carta desse tal amigo, muito estranho... O Vitor riu e falou: estranho pq? Ela tinha uma vida lá, é amigo dela, assim como nós somos. O Vitor ficou levemente vermelho ao dizer isso e pensou sozinho: amigo... é só isso que somos, amigos....
Assim que cheguei entrei em casa fui correndo ler a minha carta, minha mãe riu e disse: nossa, que pressa é essa menina, não vai almoçar não? Eu ri e falei: ah mãe, estou com tanta saudades deles que até perdi a vontade de almoçar agora.. ela riu e disse: o almoço está pronto, mas não demore muito lendo a sua carta... me sentei no sofá, quando abri o envelope tive uma surpresa, tinha uma carta de cada um dos meus amigos... li tudo rapidamente e depois fui almoçar. Depois do almoço fui tomar um banho, fiz os trabalhos da escola, me deitei na cama e reli as minhas cartas várias vezes. Depois de um tempo fui na janela e vi o Vitor com o violão. Fiquei lá olhando para ele, ele notou que eu estava olhando e acenou sem graça, eu sai da janela morrendo de vergonha e pensando: Meu deus, o que será que ele vai pensar de mim? Ri sozinha e fui arrumar algumas coisas. Quando foi de tardezinha ouço alguém me chamando na rua, fui até a porta e vi o Vitor. Assim que o vi perguntei: Cadê o Leo? Ele respondeu suspirando: está vindo aí, vamos dar uma volta na pracinha, vc quer ir? Eu respondi: quero sim, só vou avisar minha mãe, espera um pouco... ele apenas balançou a cabeça positivamente.... Quando voltei o Leo já estava me esperando, fomos para a pracinha e ficamos lá até tarde conversando com nossos amigos. Quando estava entrando em casa o Leo me chamou e disse: e a carta? Leu? Eu olhei para ele rindo e falei: nossa que curioso... e ele: e? eu já estava incomodada com tantas perguntas e falei: e.. o que Leo? Pq tantas perguntas? Ele apenas respondeu: nada não.. só.. curiosidade.. então eu entrei e falei: tchau Leo, até amanhã. Assim que entrei em casa fui abraçar meu pai e disse: Pai, quero te pedir uma coisa.... Ele riu e falou: sabia que esse abraço tinha segundas intenções.. nós rimos e eu falei: hoje eu recebi uma carta, dos meus amigos de Uberlândia, e eles me chamaram para passar o próximo feriado lá.. posso? Ele falou: vamos ver filha, o feriado é só mês que vem, mas não vejo problemas. Deixa chegar mais perto e nós vemos isso direitinho ta? Eu dei um beijo nele e disse: eu te amo pai! Então fomos jantar.
No outro dia de manhã encontrei com os meninos para ir para a escola, meu pai nos deixou lá e o Vitor disse: está sorridente hoje... eu ri e falei: no próximo feriado eu vou para Uberlândia, não é o máximo? O Leo parou e falou: Uberlândia? Fazer o que lá? Eu ri e falei: ver meus amigos de lá, eles me convidaram ontem, na carta que mandaram... Agora vamos Leo, senão vamos chegar atrasados na aula... Durante o intervalo eu percebi que o Leo estava calado, eu fiquei conversando com o Vitor, e disse: o que houve hoje Leo? Vc está calado? Ele só me olhou e falou: nada não, vou na biblioteca, depois a gente se fala... eu e o Vitor nos olhamos e achamos muito estranha aquela atitude dele, e ficamos o resto do intervalo conversando. No final da aula fomos para casa como sempre, no caminho perguntei ao Vitor o que ele tanto tocava no violão, ele falou: ah, só algumas músicas.. O Leo então disse: e algumas composições suas tb né Vitor? Eu olhei para ele e disse: composições? Vc compõe vitor? Eu quero ouvir.. Então ele disse sem graça: não, não toco nada meu, eu escrevo algumas coisas, mas são anotações pessoais, só isso. O Leo é que fala demais... e fomos o resto do caminho conversando sobre música. O mês se passou e eu estava anciosa esperando chegar logo a quinta feira para poder ir para Uberlândia. Já estava tudo certo, eu iria ficar na casa da Raquel e voltaria no domingo a noite... Os dias pareciam que não passavam, até que finalmente chegou a quinta feira.. eu acordei cedo tomei meu café, quando estava saindo para meu pai me levar na rodoviária, vi o Vitor sentado na calçado conversando com o Leo, ele veio até mim e disse: boa viagem, divirta-se lá, e volte logo. Eu falei: domingo eu estou de volta. Eu olhei para o Leo e falei: não vai me desejar boa viagem? Ele me olhou e disse sério: Boa Viagem, divirta-se... O Vitor olhou para ele e falou: O que está acontecendo com vc Leo? Anda tão estranho ultimamente.. ele respondeu: não está acontecendo nada, só estou com um pouco de dor de cabeça hoje, só isso, vou entrar.. e foi para casa... O Vitor então me olhou e disse: vai entender.. ele sempre foi meio de lua mesmo... Bom, divirta-se. Eu vou entrar tb... Então me despedi da minha mãe e meu pai me levou para a rodoviária.

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