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...Que quando a gente se entrega por

inteiro é amor, o gosto de um beijo fica

pra sempre quando é amor..."

12 de janeiro de 2010

Assim que coloquei o pé no hospital já percebi uma movimentação que até então não tinha visto em nenhum dos dias que havia feito plantão, principalmente naquela hora da noite, logo que fui entrando já vi uma maca passar com uma pessoa um tanto alterada a acompanhando, parei dando passagem, logo atrás veio o Dr.João dando ordens aos enfermeiros, ele me olhou rápido me chamando pedindo milhares de coisas ao mesmo tempo, não tive tempo nem de pensar , joguei minhas coisas no balcão da recepção os acompanhando, entramos na sala de emergência, logo entra a Thais com alguns soros nas mãos, ele logo parou me olhando e me dando todas as informações que eu precisava, eram dois jovens que pelo visto haviam sofrido algum acidente de carro, a moça na maca estava desacordada e com forte sangramento no peitoral, o rapaz que parecia a acompanhar chorava e os enfermeiros tentavam o afastar mais não conseguiam, Dr.João já irritado com aquela situação chamou os seguranças pedindo que o retirassem da sala, eu apenas olhei continuando meu atendimento, eu só conseguia ouvir os seguranças falando alto e mais alguns gritos, eu respirei fundo tentando me concentrar, ele respirou fundo olhando para cima como se tentasse recuperar sua calma, me virei indo rápido pegar a medicação que precisávamos, mais não tinha ali e as enfermeiras estavam de um lado para o outro, joguei minhas luvas de lado andando rápido em direção a porta, logo só ouço o Dr.João- Mais soro..traz mais soro!

Eu virei meu rosto rápido consentindo, quando coloquei a mão na porta para sair só ouvi alguns gritos um estrondo enorme, e uma dor alucinante , na hora fui jogada ao chão, perdi minha direção, minhas respiração, eu não conseguia levantar ou me mexer, só segurei minha barriga com força sentindo muita dor, ouvi a Thais..as enfermeiras falando meu nome, mais era impossível pensar em algo, eu olhei para baixo aonde minhas mãos estavam só conseguia ver meu avental cada vez mais vermelho e depois não via mais nada.

Quando voltei a um pouco dos meus sentidos só via luzes passando rapidamente no teto, olhei para o lado a Thais falando algo em um tom desesperado, olhei novamente o Dr.Ricardo eu respirei fundo tentando conter a minha dor física, só me vi entrando em uma das salas, eu não estava entendendo nada o Dr.Ricardo se aproximou passando a mão no meu cabelo- Calma...nós vamos fazer o possível calma!

Em um reflexo eu tentei me mexer só senti uma pontada como se algo me atravessasse, umas das enfermeiras seguraram meu braço- DR.melhor anestesiá-la já!

Eu virei rápido o olhando, e com minhas lagrimas já caindo como se aos poucos me viesse a consciência o do que tinha ocorrido, eu só balancei a cabeça, pegando a mão que segurava meu braço tentando fazer com que minhas voz saísse- O..o que...tá..acontecendo?

A Thais de aproximou passando a mão no meu rosto- Você vai ficar bem..vai ficar bem!

O Dr.Ricardo a olhou a enfermeira como se consenti-se algo, eu só fechei meus olhos e tudo foi ficando cada vez mais confuso..e confuso até que eu perdesse a consciência.

O Vitor estava em casa fazendo suas coisa no escritório quando ouviu o telefone tocar, fechou os olhos com um tanto de impaciência como se houvesse perdido seu raciocínio, deixou o telefone tocar, assim que parou abriu os olhos respirando fundo retomando o que estava fazendo, mais em questão de segundos o telefone voltou a insistir, ele colocou o violão de lado bufando, foi a sala atendendo em um tom ríspido logo só ouviu- Senhor Vitor Chaves?

Ele parou um tanto surpreso, olhou no relógio- Sim, ele mesmo!

Ele só ouviu um suspiro vindo do outro lado da linha, na hora sentiu um aperto no peito- Oi Sr.Vitor, aqui é do hospital, do qual sua esposa trabalha...
Ele fechou se deixando cair sobre o sofá, levou a mão ao rosto como se soubesse apenas pelo tom de voz que não era uma boa noticia, após uma breve pausa ela continuou- Ocorreu um acidente, e é necessário que o senhor compareça..pois..

Mais do que rápido ele a interrompeu – Como acidente, o que aconteceu?

Ela fez uma pausa novamente ele já irritado com aquilo- O que ta acontecendo..fala...

Ela respirou fundo- Só é necessário que o senhor venha..

Ele só passou a mão nos cabelos jogando o telefone de lado, saiu correndo pegando a chave em cima da mesa, saiu puxando a porta com força sem nem se importar em trancar, apertou incessantemente o botão do elevador, levou a mão aos cabelos já impaciente, se virou vendo a saída de emergência , sem pensar saiu em sua direção descendo as escadas correndo já não sabia mais nem o que era fôlego, saiu correndo na entrada logo só sentiu alguém o puxa pelo braço- hei..hei..pressa hein!

Ele virou o rosto rápido, a Tati deu um sorriso olhando o Léo, o Vitor só balançou a cabeça- Eu preciso ir cara..preciso..!

O Léo sem entender o segurou novamente- Calma..o que ta acontecendo?

Ele olhou já com a voz embargada e com a voz quase sem sair- Acon..aconteceu algo no hospital..aconteceu..eu não sei!

O Léo o olhou assuntado, ele passou novamente a mão no rosto, a Tati os olhou- Então..nós vamos com você..calma..nós vamos também!

Ele só se virou indo em direção a rua, saiu rápido e andando, logo olhou sua mão se lembrando de que tava com o carro, voltou correndo, o Léo e a Tati o olharam confusos memso assim o acompanhando, ele foi em direção ao carro tentando o abrir mais estava tão nervoso que não conseguia, ele batei na porta com força e raiva, o Leo se aproximou- Vai com calma ai Vitor!
Ele se afastou passando a mão no cabelo- Essa droga...não abre..

A Tati olhou para o Leo dizendo baixo- Acho que é bom você dirigir não é?

Ele levantou o ombro olhando o Vitor, ele só se virou- Ta vamo logo então..vai..
Todos entraram, o Vitor colocou o sinto em seguida apoiando as mão ao rosto, passo a outra de leve no olhos, o Léo se virou o olhando- Mias eles não falaram nada Vitor?

Ele balançou a negativamente a cabeça, a Tati suspirou só olhando pelo retrovisor, Vitor deu um suspiro- Vai mais rápido Léo...

Ele só consentiu com a cabeça, assim que chegaram, ele desceu do carro sem nem esperar que estacionassem, entrou correndo só olhou umas das secretarias na recepção- Me ligaram..minha..minha esposa é médica aqui..e me ligaram..e..

Ela o olhou confusa, o Dr.João estava vindo no corredor assim se o viu foi até ele, se aproximou colocando a mão em seu ombro ele se virou assustado o olhou sério, o Dr. Olhou a secretaria – Pode ir..eu converso com ele!

Vitor deu um suspiro- O que ta acontecendo, vocês são loucos me ligam pedindo pra vir até aqui, cadê minha mulher..o que..

Ele o interrompeu- Bom Vitor acho..acho melhor você vir até minha sala!

Ele se afastou já nervoso- Não..eu quero ..minha esposa..cadê ela?

Ele deu um suspiro- Bom já que você não quer se acalmar, aconteceu uma confusão aqui no hospital enquanto nos estávamos atendendo uma emergência..e..

Ele o interrompeu- Que confusão..? minha esposa..da pra responder, onde ela tá!

Ele respirou fundo- E nessa confusão tinha um rapaz um tanto alterado, não sei como a porta bateu nela com força..e..

Vitor levou a mão ao rosto se virando- Minha filha..

Ele respirou fundo, se aproximando do Dr.João- Onde ela ta..onde!

Ele balançou a cabeça- A algum tempo ela foi levada pro centro cirúrgico, mais ela ta em boas mão..com o Dr.Ricardo, médico de vocês, eu pedi pra uma das enfermeiras ligarem..
ele só balançou a cabeça, deixando uma lagrima cair, logo o Leo e a Tati vieram se aproximando o viu sem rumo, olharam o Dr. João, o léo se aproximou- Oi, eu sou irmão do Vitor..

Ele esticou a mão o cumprimentando- Bom, eu estava falando com o Vitor sobre o que aconteceu, e agora temos que esperar, acho melhor virem a minha sala, vão ficar mais confortáveis..

Vitor o interrompeu secando os olhos- Não..eu preciso ver ela..saber..preciso..
A Tati se aproximou o abraçando o Léo olhou sem entender, se virou perguntando Dr. O que havia ocorrido, ele começou a explicar, assim que terminou colocou a mão em seu ombro- Pelo menos é melhor ficar na sala de espera, qualquer noticia vão procurar alguém lá!

O léo concordou se aproximando do Vitor – vamos pra sala de espera Vitor, ficar aqui, nunca vamos saber de nada!

Ele consentiu, o Dr.João os levou a sala de espera, o Vitor se sentou apoiando os braços nos joelhos fechando os olhos tentando se acalmar, a Tati sentou ao seu lado passando a mão nas suas costas – Vai dar tudo certo Vitor...!

Ele só balançou a cabeça, ficaram todos ali por um tempo, o Dr.João a todo tempo tentava saber alguma noticia mais não estava sendo fácil, logo ele viu a Thais sair do centro cirúrgico, ele se aproximou rápido- oi Thais..então!

Ela deu um suspiro balançando a cabeça negativamente- O impacto foi muito forte, ela teve uma laceração no útero, acabou tendo um pouco de hemorragia também...

O Vitor levantou o rosto os viu conversando, se levantou indo rápido em direção a eles, assim que ela o viu deu uma olhada para trás, o Dr.João se virou abaixando o rosto, ele se aproximou- Você..você..que tava com ela né..como ela ta..como?

Ela olhou o Dr.João, olhou para ele- Ela, tava na sala de recuperação, e daqui a pouco vai para o quarto, e..
Ele a interrompeu – Ela ta bem? Minha filha Thais?

Ela balançou a cabeça negativamente, ele já entendendo fechou os olhos deixando suas lagrimas cariem, ela se aproximou segurando sua mão- o Dr.Ricardo tentou de tudo..tudo..mais não houve como, ela sofreu um impacto muito forte, a bolsa estourou..e..
Ele balançou a cabeça positivamente- E eu posso ver..ela?

Ela deu um suspiro- Quando ela descer pro quarto, e o Dr.Ricardo vai querer conversar contigo antes..eu..vou entrar e avisar que você esta aqui..tá..

Ele só consentiu virando o rosto, respirou fundo tentando se conter, o Léo foi se aproximando, ele levantou o rosto o olhando- Ela perdeu o..bebe..

Ele abaixou o rosto indo até ele, lhe deu um abraço sem falar nada, o Dr.João foi com a Thais ver se podia ajudar em algo, a Tati se aproximou dos dois passando a mão no ombro do Vitor, era triste vê-lo daquela forma, assim que ele se acalmou, se afastou um pouco, o Léo o olhou- Acho melhor ligar pra mãe e a D.Fatima não é?

Ele deu um suspiro consentindo com a cabeça, o Leó se virou para a Tati- Eu vou ligar, você fica aqui?
Ela disse que sim o Vitor se virou – Não..não pode ir com ele Tati, eu..eu. ..o Dr.Ricardo vai descer, eu quero ver ela...acho que não pode entrar..todos..pode ir..

Ela ia falar algo o Léo segurou sua mão dizendo baixo- Melhor..vamo comigo!

Ela ia responder, ele fez uma expressão como se insistisse ela concordou, os dois saíram indo procurar um telefone, ela se virou o olhando- Deixar seu irmão sozinho Léo!

Ele deu um suspiro- Ele prefere..pelo menos um pouco!

Ela respirou fundo- Que horror, eles estavam..tão felizes!

Ele consentiu- È..difícil!

Assim que eles saíram Vitor ouviu alguém o chamar, ele se virou rápido, o Dr.Ricardo se aproximou, esticou a mão o cumprimentando, logo apontou em direção ao corredor- Vamos na minha sala, melhor!

Vitor o acompanhou, logo ele parou abrindo uma das portas do corredor, se afastou para que o Vitor entrasse, entrou em seguida lhe apontando a cadeira , ele se sentou respirando fundo, o Dr.Ricardo deu a volta na mesa se sentando em seguida, o Vitor só o olhou- Dr..eu precisou muito..ve-la..muito!

Ele consentiu com a cabeça- Sim, ela acabou de descer pro quarto, logo vai acordar, acho que a Thais já conversou um pouco contigo, realmente nós tentamos de tudo , mais além das lesões ouveram mais alguns sangramentos, e a perda foi inevitável, além disso ela ..quando tudo aconteceu...ela ficou um tanto perdida e ainda não sabe dos fatos , então eu peço um pouquinho de calma, nesse primeiro momento é isso, depois falo sobre as medicações tempo de recuperação..tudo isso ok!

Vitor consentiu, ele se levantou- Bom, vou te levar ao quarto!

Ele concordou se levantando. Eu já no quarto abri meus olhos devagar, olhei em volta como se tentasse me situar, tentei me ajeitar senti uma dor, parei respirando fundo, olhei minha mão com sóror, suspirei a pousando sobre a minha barriga, na hora a tirei a sentindo um pouco sensível, logo levantei um pouco meu rosto, abrindo um pouco a camisola do hospital, vi alguns alguns curativos, tentei me sentar e ver melhor mais não dava, só levei a mão ao rosto sentindo minha respiração faltar, fechei os olhos deixando algumas lagrimas cair com a respiração cada vez mais forte, logo só vi a porta se abrir, em seguida entrar o Dr.Ricardo e o O Vitor, eu tentei me sentar novamente, já chorando mais, o Vitor se aproximou rápido, eu balancei a cabeça, segurando sua mão- O que..tá acontecendo..o que é isso..
Dr.Ricardo se aproximou - não pode fazer força assim!

Eu olhei para o Vitor já em desespero- Amor..fala comigo..

Ele ficou um tanto em silêncio tirando meu cabelo da face, abaixou seu rosto com os olhos já embargados encostando ao meu- Calma minha vida..calma..

Eu balancei a cabeça- não..não é isso né..não aconteceu..não pode..não...

Eu fechei os olhos me deixando chorar cada vez mais, ele fechou os olhos dando um beijo delicado no meu rosto- Aconteceu meu amor..mais..você ta bem..e..

Eu o interrompi- Como..Vih..porque..porque?..eu..não sei..não Vih..

Ele só respirou fundo tentando me confortar com carinhos, mais era a cada minuto mais difícil, o Dr.Ricardo acabou saindo nos deixando as sós, eu só conseguia pensar que eu tinha feito de errado...

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